sábado, 28 de abril de 2012


ORAÇÃO A OGUM*
Ogum, meu Pai – vencedor de demanda, poderoso guardião da Lei de Deus!
A ti elevamos nossos pensamentos, para te saudar e homenagear, de corpo e espírito.
Mensageiro de Oxalá, vós que sois nosso aliado no combate às inferioridades que temos; ajuda-nos a derrotar nosso egoísmo, nossa vaidade e nossa prepotência.
Sede o domador dos sentimentos espúrios que ainda guardamos em nossos corações, depurando com vossa lança a nossa consciente ou inconsciente fraqueza de caráter.
Ogum! Irmão, amigo e companheiro! Continue em vossa Ronda, na perseguição aos defeitos que nos assaltam a cada instante.
Ogum! Glorioso Orixá! Reine com Vossa falange de milhões de guerreiros, e mostrai, por piedade, o bom caminho para nosso coração, consciência e espírito.
Despedaçai, Ogum, os monstros que habitam nosso ser, expulsai-os da cidadela inferior de nossas mentes.
Ogum! Senhor da noite e do dia! Livrai-nos da tentação e inspira-nos a caminhar na retidão que há de nos conduzir ao Pai Maior.
Dai-nos coragem e esperança, fortalecei nossa fé e auxiliai-nos em nossas necessidades, dentro do nosso merecimento. 
Intrépido Orixá! Envia-nos tua proteção, abrindo nossos caminhos, aplainando as nossas estradas, afastando obstáculos e dando-nos coragem e força.
Sede pois, Senhor Ogum, o General de nossas vidas,  hoje e sempre.
Que assim seja.

* = oração composta por Andréa Oliveira Salgado.

terça-feira, 24 de abril de 2012


Com grande alegria celebramos ontém o 31º aniversário da Tenda de Umbanda Esotérica Divina Luz. Em gratidão direta à suprema manifestação do amor de Deus em nossas vidas, mormente através da vontade e da ação dos Entes Espirituais que nos orientam, realizamos em nossa sede uma singela cerimônia, para exortar a renovação de nosso compromisso perante os sólidos fundamentos cristãos e umbandistas, que sempre foram incentivados e propagados pela fundadora da TUEDLUZ - Argentina Oliveira Salgado (Yanacosã), a quem carinhosamente chamávamos de Mãe Tina.
Mãe Tina aplicou muito suor, lágrimas e alegrias na estruturação física da TUEDLUZ. Por conta de seu empreendedorismo, hoje nos servimos de um Santuário acolhedor, e em suas dependências podemos redescobrir a autenticidade do Evangelho do Cristo, seja pelos sábios conselhos de um negro escravo, pelas austeras orientações de um índio guerreiro, pelos alegres ensinamentos de Mestres mirins, ou, ainda, pelos possantes aforismos dos Guardiões da Lei Karmânica.
Relembro aqui a nobreza do caráter de nossa fundadora, para ressaltar como foi marcante a sua audácia em criar e desenvolver um projeto religioso despretencioso de cargos, ostentações, luxo, riqueza. Desprovido de títulos hierárquicos, distanciado de agrupamentos que se perderam na autenticidade da nossa religião, e se disvirtuaram dos deveres do médium umbandista. Desde sempre, a TUEDLUZ teve sua trajetória orientada para servir, tão somente, como um Templo de Amor, devoção, caridade e fraternidade. Sob este foco, sua idealizadora se manteve firme na condução do Templo, por vinte e cinco anos, na incessante tarefa de acolher os corações aflitos que se apresentavam em nossas sessões públicas. Para tanto, sempre contamos com a misericordiosa intervenção dos nossos Mentores Espirituais, excelsos transmissores da Palavra Redviva do Cristo.
Sete anos se passaram desde a partida de Mãe Tina para a vida espiritual plena. Há sete anos recebemos, sob lágrimas de saudade e nostalgia, a tarefa de dar continuidade ao ideal doutrinário e fraterno de nossa precursora. Sublimado o nosso enlutamento, a celebração desses 31 anos vem marcar o desfecho de um ciclo que nos conduziu ao amadurecimento e aprimoramento necessários, e que agora nos prepara para uma nova etapa de trabalhos, conciliados ao nosso autoconhecimento.
Há motivo de sobra para comemorar, mas ainda há muito por fazer. Há muito o que burilar em nós mesmos, despindo-nos da vaidade, da mediocridade, da ignorância proposital, da estagnação e do desmazê-lo perante a nossa evolução espiritual, bem como de nossa atitude em relação à transformação do planeta que habitamos. A sociedade deve redescobrir a autenticidade original da Umbanda, e é NOSSA obrigação sustentar seus pilares, calcados na mensagem cristã de salvação, verdade, esperança e alegria. Chegou o tempo de falar corajosamente da vida sacerdotal, como valor inestimável, como forma esplêndida de vida, manifesta na abnegação na e dedicação ao Aumbhandham. Outrossim, é imperioso propugnarmos quão fundamental é a presença do Verbo Solar em nossas existências, e a necessidade de compartilha-la indistintamente, ao nosso redor, para o bem-estar da coletividade humana.
Rogo aos portentosos Emissários da Umbanda para que nos fortaleçam e nos indiquem sempre o caminho de retidão, no exercício de cada tarefa que nos for sugerida ou encaminhada. Agradeço à Divina Providência pelos tantos reencontros que estamos protagonizando, com Irmãos de Fé que há muito pensávamos não estarem fisicamente tão próximos de nós. Com o alento e carinho que estes amigos nos brindam, certamente caminharemos cada vez mais unidos, rumo ao refinamento das tarefas que nos foram propostas.
Obrigada pela presença e pela atenção de todos os meus irmãos em Cristo. Que neste ano solar, aos trinta e um anos da Tenda de Umbanda Esotérica Divina Luz, tenhamos cada vez mais momentos de alegria e convivência harmoniosa, acatando a Lei de nosso Pai Excelso.
Que os Orixás nos abençoem, hoje e sempre.

Andréa Oliveira Salgado
Presidente da TUEDLUZ

quinta-feira, 19 de abril de 2012

AH, EU RECOMENDO!

HOMENS INVISÍVEIS: RELATOS DE UMA HUMILHAÇÃO SOCIAL

Uma vez por semana, Fernando Braga da Costa veste uniforme e vai varrer ruas. Carrega esterco, limpa fossas, trabalha debaixo de chuva ou sol. Por causa disso, desenvolveu tendinite nos antebraços. A rotina começou há 10 anos, com um trabalho de Psicologia Social, disciplina que cursava na USP e que propunha aos alunos assumirem uma profissão reservada às classes pobres durante um dia. Fernando escolheu ser gari na própria universidade. As descobertas o levaram a estudar profundamente a relação da sociedade com esses trabalhadores, o que resultou no livro Homens Invisíveis – Relatos de uma Humilhação Social (Globo, 256 páginas).

“Como gari, senti na pele o que é um trabalho degradante. Vivi situações que me impulsionaram a entender melhor o nosso meio psicossocial”, explica ele, que desenvolveu a tese sobre a “invisibilidade pública”, isto é, profissionais como faxineiros, ascensoristas, empacotadores e garis não são “vistos” pela sociedade, que enxerga a função, não a pessoa. Uma das situações experimentadas por Fernando foi atravessar os corredores da faculdade uniformizado. Ninguém nem sequer olhou para ele ou o cumprimentou. “A invisibilidade e a humilhação repercutem até na maneira como você anda, fala, olha. Eles não conseguem nos olhar de frente e, quando olham, piscam rapidamente. O modo de andar lembra movimentos de robô”, conta ele. O objetivo não é só conquistar condições melhores para os varredores. “É preciso reinventar a divisão de trabalho para que não exista uma pessoa responsável por limpar nossa sujeira. Se não, não conheceremos democracia de verdade ou uma sociedade de iguais. O trabalho de gari parece natural hoje como a escravidão era há 300 anos.”


Homens Invisíveis - Relatos de uma Humilhação Social

Fernando Braga da Costa
256 páginas, Editora Globo
R$ 40 (em média, sem frete)


Fonte da resenha: Marina Monzillo - ISTOÉ Gente

segunda-feira, 16 de abril de 2012

PARA REFLETIR


NÃO USE AS CIRCUNSTÂNCIAS COMO DESCULPA

Jamais use os problemas da sua vida como desculpa para o comodismo.

“As pessoas que vencem neste mundo são as que procuram as circunstancias de que precisam e, quando não encontram, dão um jeito de criá-las.” Essa é uma bela mensagem que o dramaturgo irlandês Bernard Shaw nos deixou.

Lembre-se de que sempre há o que fazer. Nós somos livres para lutar contra o que nos faz mal.

Como escreveu certa vez, o filósofo Frances Jean-Paul Sartre, sintetizando parte da sua filosofia, “o mais importante não é o que fizeram de nós, mas o que fazemos com o que fizeram de nós”.

Pense nisso!

Extraído do livro “Não deixe a felicidade guardada na gavete, de Ronaldo Vaz, Ed. Pensamento.

sexta-feira, 13 de abril de 2012


A REALIZAÇÃO DA PROSPERIDADE
James Allen


Somente ao coração cheio de integridade, esperança,  generosidade e amor é dado  realizar a verdadeira prosperidade. O coração que não possui estas qualidades não pode conhece-la, porque a prosperidade, como a felicidade, não é uma   possessão externa, mas um estado interno. O avarento pode torna- se  milionário e, não obstante, leva uma vida de miséria, baixeza, e pobreza, e até se considera exteriormente pobre, enquanto existir, no mundo  alguém  mais rico do que ele; ao passo  que o homem justo com a mão aberta e o coração cheio de amor, goza  uma prosperidade  completa e abundante, por menores que sejam as suas posses  externas. "É pobre quem é descontente; e rico é quem vive contente com o que tem", e mais rico  é aquele que é generoso com o que tem.


terça-feira, 10 de abril de 2012


SER CHIQUE SEMPRE
Glória Kalil

Nunca o termo "chique" foi tão usado para qualificar pessoas como nos dias de hoje. A verdade é que ninguém é chique por decreto. E algumas boas coisas da vida, infelizmente, não estão à venda. Elegância é uma delas.


Assim, para ser chique é preciso muito mais que um guarda-roupa ou closet recheado de grifes famosas e importadas. Muito mais que um belo carro Italiano. O que faz uma pessoa chique, não é o que essa pessoa tem, mas a forma como ela se comporta perante a vida.

Chique mesmo é ser discreto. 
Quem não procura chamar atenção com suas risadas muito altas, nem por seus imensos decotes e nem precisa contar vantagens, mesmo quando estas são verdadeiras. 

Chique é atrair, mesmo sem querer, todos os olhares, porque se tem brilho próprio.  Chique mesmo é ser discreto, não fazer perguntas ou insinuações inoportunas, nem procurar saber o que não é da sua conta.

É evitar se deixar levar pela mania nacional de jogar lixo na rua. Chique mesmo é dar bom dia ao porteiro do seu prédio e às pessoas que estão no elevador. É lembrar-se do aniversário dos amigos.

Chique mesmo é não se exceder jamais! Nem na bebida, nem na comida, nem na maneira de se vestir.

Chique mesmo é olhar nos olhos do seu interlocutor. É "desligar o radar", "o telefone", quando estiver sentado à mesa do restaurante, prestar verdadeira atenção a sua companhia.

Chique mesmo é honrar a sua palavra, ser grato a quem o ajuda, correto com quem você se relaciona e honesto nos seus negócios.

Chique mesmo é não fazer a menor questão de aparecer, ainda que você seja o homenageado da noite!

Chique do chique é não se iludir com "trocentas" plásticas do físico... quando se pretende corrigir o caráter: não há plástica que salve grosseria, incompetência, mentira, fraude, agressão, intolerância, ateísmo... falsidade.

Mas, para ser chique, chique mesmo, você tem, antes de tudo, de se lembrar sempre de o quão breve é a vida e de que, ao final e ao cabo, vamos todos terminar da mesma maneira, mortos sem levar nada material deste mundo. Portanto, não gaste sua energia com o que não tem valor, não desperdice as pessoas interessantes com quem se encontrar e não aceite, em hipótese alguma, fazer qualquer coisa que não lhe faça bem, que não seja correta.

Lembre-se: o diabo parece chique, mas o inferno não tem qualquer glamour! Porque, no final das contas, chique mesmo é Crer em Deus!

Investir em conhecimento pode nos tornar sábios... mas, Amor e Fé nos tornam humanos!

quinta-feira, 5 de abril de 2012


O QUE VOCÊ FARÁ NESTA PÁSCOA?

Mais uma páscoa se aproxima de nosso calendário, e, mais uma vez, é possível enxergar como estamos distantes de celebrar o sentido espiritual desta data. A mensagem de superação e libertação transmitida pelo Cristo Jesus, em seus derradeiros dias encarnado, dentre nós, deveria propiciar um momento de aferição da nossa Reforma Íntima. Proporcionar instantes de meditação, balizadores daquilo que fizemos, e, principalmente, daquilo que deixamos de fazer, em nossa jornada pela Cristandade. Longe disso, assistimos a uma “Semana Santa” de assassinatos, cisões familiares, acidentes trágicos e arrotos satisfeitos, sempre embalados por convenções sociais que, longe de nos purificar, apenas deixam mais inflamadas as necessidades de mudança em nosso espírito. O domingo de páscoa chega, e, mais uma vez, não sorvemos a genuína Via Crucis de Jesus. Longe de entendermos os catorze passos da jornada espiritual d’Ele, continuamos descansando ao pé do morro, vendo o martírio do Mestre sob a perspectiva da nossa zona de conforto.

Apontar o capitalismo, tão simplesmente, como fator-mor para dissociação dos valores cristãos inatos à Páscoa seria algo, no mínimo, pedante, pois, ao eleger o dinheiro e as posses materiais como templo de nossa felicidade (que nunca encontramos, por sinal), nosso sistema financeiro é apenas o reflexo de nossa conduta egocêntrica. O capital não tem vida própria, não é “Entidade” alguma. Mas, enquanto instrumentalizado como vetor de vontades doentes, adquire esse aura terrível, que subverte o Sagrado e sacraliza o Profano. Transferir a culpa para a “modernidade” não apazigua em nada a questão da subversão da Páscoa Cristã. O famigerado “Ovo de Páscoa”, por exemplo, nenhum mal poderia causar à ideia de se celebrar a Páscoa em família, sob o verdadeiro espírito Cristão, se não fosse colocado em um pedestal de “bens obrigatórios” para a celebração da data. Não foi a “modernidade” que colocou esse ovo de chocolate ao centro da mesa. Foi a nossa omissão perante o resguardo da verdadeira ritualística pascoal. O mesmo vale para o bacalhau, o vinho, dentre tantos outros “acessórios” de uma tradição, que, sem a devida ancoragem espiritual, não passam de uma coleção de guloseimas, à disposição de nossa fome biológica.

Enquanto enchemos o estômago de especiarias, o Espírito fica cada vez mais desnutrido. Há alguns dias, estava conferindo as frivolidades de uma famosa rede social, e por lá coletei curiosos desabafos pascoalinos, provenientes de alguns “amigos” virtuais. Vários deles praguejavam contra a Quaresma, pois a abstinência do álcool estaria pra lá de insuportável. Pensei comigo mesmo: Não estaríamos sendo estúpidos demais ao nos propor uma analogia tão esdrúxula, entre o calvário do Cristo e a minha ânsia pela ingestão de bebida alcoólica? A crucificação do Mestre equivale ao meu “sofrimento” por não beber durante quarenta dias?

Páscoa seria castigo? Martírio físico? Auréola forjada? Cessação temporária de desejos mundanos? Quem ressuscitará em mim neste próximo domingo? Uma alma que buscará mais comprometimento com a Cristandade, ou aquele velho transeunte das misérias morais, que parou de beber por quarenta dias?

Depois do domingo de páscoa, voltarei às fraquezas que conferem fortaleza ao meu Ego? Alguns certamente pensarão: “Fiz meu dever de casa na “Semana Santa”. Certo, Jesus?” Não precisaríamos de muita inteligência para imaginar a resposta dele: “ERRADO, meu Filho! Mais uma Páscoa passa em branco em sua vida. Te espero na próxima!”

Enfim, meus queridos Irmãos, não deixe que esta data se transforme, mais uma vez, em um simples feriado. Busque a essência do Evangelho na mensagem rediviva daquele que se sacrificou por nós, e, que, desde então, espera que também enfrentemos o  nosso próprio Calvário, por Ele. Está na hora de encarar o peso de nossa Cruz, tão eivada de antagonismos e “projetos de salvação” já condenados pela falta de autocrítica.

Luciano M. Leite
membro da TUEDLUZ

segunda-feira, 2 de abril de 2012

PARA REFLETIR

DESCULPEM O TRANSTORNO, ESTAMOS EM CONSTRUÇÃO
Autor: Gabriel Chalita

Durante a nossa vida, causamos transtornos na vida de muitas pessoas, porque somos imperfeitos. Nas esquinas da vida, pronunciamos palavras inadequadas, falamos sem necessidade, incomodamos. Nas relações mais próximas, agredimos sem intenção ou intencionalmente. Mas agredimos. Não respeitamos o tempo do outro, a história do outro. Parece que o mundo gira em torno dos nossos desejos e o outro é apenas um detalhe. E, assim, vamos causando transtornos.

Esses tantos transtornos mostram que não estamos prontos, mas em construção. Tijolo a tijolo, o templo da nossa história vai ganhando forma.

O outro também está em construção, e também causa transtornos. E, às vezes, um tijolo cai e nos machuca. Outras vezes, é o cal ou o cimento que suja nosso rosto. E quando não é um, é outro. E o tempo todo nós temos que nos limpar e cuidar das feridas, assim como os outros que convivem conosco também têm de fazer.

Os erros dos outros, os meus erros. Os meus erros, os erros dos outros.

Esta é uma conclusão essencial: todas as pessoas erram. A partir dessa conclusão, chegamos a uma necessidade humana e cristã: o perdão. Perdoar é cuidar das feridas e sujeiras. É compreender que os transtornos são muitas vezes involuntários. Que os erros dos outros são semelhantes aos meus erros, e, que, como caminhantes de uma jornada, é preciso olhar adiante. Se nos preocupamos com o que passou, com a poeira, com o tijolo caído, o horizonte deixará de ser contemplado. E será um desperdício.

O convite que faço é que você experimente a beleza do perdão. É um banho na alma! Deixa leve! Se eu errei, se eu o magoei, se eu o julguei mal, desculpe-me por todos esses transtornos… Estou em construção!