As coisas estavam um pouco
diferentes naquela noite. Não esquisitas, nem estranhas, só diferente. O
terreiro estava limpo e cheio de energias boas e confortantes, com as
seguranças feitas e os médiuns dispostos.
Os consulentes aos poucos iam
chegando e trazendo suas dores e lamentos para os pais, cada qual com a
esperança de melhoras.
A sessão começou com todos
cantando e elevando seus espíritos a Deus, unidos e amparados pela Luz Divina
que vem de Aruanda, do Reino de Oxalá. O Guia do dirigente espiritual do
terreiro incorporava em seu médium para mais uma sessão de amor e caridade aos
irmãos necessitados, ao som de seu ponto cantado:
"É o vento que balança as
folhas guiné,
É o vento que balança as folhas,
É, é, é Pai Guiné, é o vento quem
balança as folhas."
Um a um, os consulentes foram
sendo guiados para os caminhos do amor através da conversa sincera e dos passes
magnéticos dos Guias do terreiro. Tudo estava correndo normalmente, ou parecia
estar, até que uma consulente incorpora um kiumba que esperneava e xingava a
todos os presentes.
Pai Guiné levantou de seu toco
deixando seu consulente esperando e foi até o kiumba. Apenas olhou com
resignação e compaixão daquele espírito perdido nas trevas da ignorância, do
preconceito e sobretudo do ódio.
O kiumba, ao pressentir a chegada
do Preto pára de espernear e com ódio olha para Pai Guiné e fala:
- É bem capaz que esse negro vai
me fazer parar!
Pai Guiné responde:
- Parar, esse nego velho não vai,
porque nenhum espírito merece ficar parado nas escalas evolutivas que regem o
Universo e se o irmão acha que ficaremos aqui contracenando num teatro está
muito enganado.
O kiumba, assustado e sem saber o
que fazer segue esperneando e xingando a todos. O Preto-Velho bate sua bengala
no chão, o kiumba pára e, vagarosamente, a cada nova batida da bengala do
Preto-Velho ele se desliga dos chacras da consulente, que é energizada e
convidada para uma franca conversa com Pai Guiné.
- Obrigada Pai, não sei quem mandou
aquele encosto, aposto que foi alguém do meu serviço!
A consulente foi interrompida em
seus delírios de obsessão e o Preto Velho lhe responde com sabedoria:
- Minha filha, hoje você veio
nesse terreiro querendo destruir a todos que lhe rodeiam, irmãos que você
supunha serem seus inimigos. Ninguém mandou o encosto para você, minha filha,
apenas era um espírito com afinidade de seus sentimentos de ódio e rancor.
As palavras do Preto-Velho fizeram a consulente refletir. E, após um silêncio de reflexão, Pai Guiné continua sua conversa:
- A filha acha que, por ter um bom emprego e um bom cargo, seus colegas lhe invejam e seu chefe lhe persegue, mas não vê que seu emprego apenas reflete aquilo que a filha fez ou deixou de fazer por aqueles colegas que mais precisavam da sua ajuda, virando-lhes o rosto e sendo ríspida com quem hoje poderia ser seu amigo ou sua amiga. A filha veio nesse terreiro procurando o mal e, influenciada pelo kiumba, é o que levaria para casa, mas esse Negro Velho, inspirado por seu Anjo da Guarda veio ao seu auxílio. Espero que a filha volte ao seu lar, agora com a aura limpa e com um pouquinho mais de sabedoria, que plante sementes de compaixão, humildade e caridade, que, tenho certeza, irá colher paz, amor e muitas felicidades.
Ao cessarem as palavras de Pai Guiné a consulente, com lágrimas nos olhos agradeceu com sinceridade ao humilde e sábio Pai Guiné de Aruanda e saiu do terreiro levando amor, um corpo espiritual limpo e a certeza de ter encontrado a luz.
A cada vento que bate em seu rosto lhe trazendo paz, ela se lembra de que, nos momentos mais difíceis Pai Guiné lhe carrega nos braços, e lhe lembra que ele é o vento quem balança as folhas.
Inspirado pelo Preto-Velho Pai Guiné de Aruanda pelo médium Denis Moura - e-mail: denis-dp10@hotmail.com.
Fonte: Jornal Nacional de Umbanda Edição 38.
As palavras do Preto-Velho fizeram a consulente refletir. E, após um silêncio de reflexão, Pai Guiné continua sua conversa:
- A filha acha que, por ter um bom emprego e um bom cargo, seus colegas lhe invejam e seu chefe lhe persegue, mas não vê que seu emprego apenas reflete aquilo que a filha fez ou deixou de fazer por aqueles colegas que mais precisavam da sua ajuda, virando-lhes o rosto e sendo ríspida com quem hoje poderia ser seu amigo ou sua amiga. A filha veio nesse terreiro procurando o mal e, influenciada pelo kiumba, é o que levaria para casa, mas esse Negro Velho, inspirado por seu Anjo da Guarda veio ao seu auxílio. Espero que a filha volte ao seu lar, agora com a aura limpa e com um pouquinho mais de sabedoria, que plante sementes de compaixão, humildade e caridade, que, tenho certeza, irá colher paz, amor e muitas felicidades.
Ao cessarem as palavras de Pai Guiné a consulente, com lágrimas nos olhos agradeceu com sinceridade ao humilde e sábio Pai Guiné de Aruanda e saiu do terreiro levando amor, um corpo espiritual limpo e a certeza de ter encontrado a luz.
A cada vento que bate em seu rosto lhe trazendo paz, ela se lembra de que, nos momentos mais difíceis Pai Guiné lhe carrega nos braços, e lhe lembra que ele é o vento quem balança as folhas.
Inspirado pelo Preto-Velho Pai Guiné de Aruanda pelo médium Denis Moura - e-mail: denis-dp10@hotmail.com.
Fonte: Jornal Nacional de Umbanda Edição 38.
http://ensinosespirituais.blogspot.com.br/2013/05/pai-guine-e-o-vento-que-balanca-folha.html
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