domingo, 30 de outubro de 2011

PARA REFLETIR


Disseram...

...Que não vencerás em teus empreendimentos;
Que o teu doente querido está no clima da morte;
Que atravessarás longa noite de provações;
Que não mais encontrarás o trabalho que mais desejas;
Que não te recuperarás de certas perdas sofridas;
Que não realizarás os sonhos que acalentas;
Que os entes amados distantes de ti nunca mais te voltarão ao convívio,
Que o desgaste do corpo físico não mais te permitirá às realizações que tanto almejas;
Que, por essa ou aquela falta, andarás sobre a Terra constantemente sobre pedras e espinhos.
Tudo isso disseram...
Entretanto, continua agindo e servindo, orando e esperando,
por que as opiniões de Deus são diferentes.

Emmanuel
(psicografia de Francisco Cândido Xavier, do livro Momentos de Ouro)

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

AH, EU RECOMENDO!


UMBANDA, SUA ETERNA DOUTRINA
W.W. da Matta e Silva

Nesta obra de W.W. da Matta e Silva (Mestre Yapacani), terá o leitor profundas noções de caráter iniciático deste Movimento religioso que se consolidou como Umbanda. O autor abdica da apreciação de aspectos sincréticos, mitológicos e simbólicos da Umbanda, para mostrá-la sob a luz de conceitos lógicos, teosoficamente calcados na realidade da Origem dos Espíritos, das Causas que precipitaram a chamada "Queda dos Anjos" e da constituição vibratória dos veículos utilizados pelo Espírito. Adentra ainda em Arcanos Superiores, onde nos leva a uma longa e fascinante viagem aos recônditos da experiência humana, pelos Reinos da Natureza, na formação de seus corpos.

Ainda há noções sobre Hierarquias Superiores, a Iniciação e a Mediunidade, demonstrando, através desta, a Ubiquidade da Divindade no meio de nós. Apesar do tema ser, a princípio, para poucos, Matta e Silva deixa acessível ao leigo a ideia de que a compreensão do Sagrado, em sua real profundidade, só é alcançada por meio de estudos profundos.

Esta obra, através de seus ensinamentos, pode ampliar nossa concepção de vida, e mais ainda, ampliar o entendimento da Realidade e desfazer as ilusões da impermanência material. Estamos diante de um clássico do Esoterismo de Umbanda, indispensável para quem deseja "tocar" a pura essência filosófica de nossa Doutrina.


Umbanda, Sua Eterna Doutrina
W.W. da Matta e Silva (Yapacani)
168 páginas, Editora Ícone
R$ 30 (em média, sem frete)

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

PARA REFLETIR...

A palavra entusiasmo vem do idioma grego, e significa "ter um deus dentro de si". Os gregos eram politeístas, isto é, acreditavam em vários deuses. A pessoa entusiasmada era aquela "preenchida" por um dos deuses, e por isso poderia transformar a natureza e fazer as coisas acontecerem. Assim, se você fosse entusiasmado por Deméter (deusa da Agricultura), seria capaz de fazer acontecer a melhor colheita, e assim por diante. 

Segundo os gregos, só as pessoas entusiasmadas eram capazes de vencer os desafios do cotidiano, criar uma realidade ou modificá-la. Portanto, era preciso entusiasmar-se, ou seja, "abrigar um deus em si"!  Por isso, as pessoas entusiasmadas acreditam em si, agem com serenidade, alegria e firmeza. E acreditam igualmente nos outros entusiasmados. 

Não é o sucesso que traz o entusiasmo, é o entusiasmo que traz o sucesso. E entusiasmo é bem diferente do otimismo:

Otimismo significa esperar que uma coisa dê certo.
Entusiasmo é acreditar que é possível fazer dar certo.

Fonte: blog NetFrases

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

BAÚ DA MÃE


SER UMBANDISTA

Nós, umbandistas convictos, buscamos em nossa religião servir a Deus e aos nossos semelhantes. É uma tarefa de simples descrição, tal qual asseverou o Cristo, em seu Evangelho reformador. Mas de difícil persecução, convenhamos. Nossa missão, enquanto intermediários entre seres encarnados e desencarnados, não nos faz melhores do que os outros. Somos seres humanos, passíveis de erros, e temos a mesma necessidade daqueles que procuram o nosso templo, enfermos do corpo e/ou da alma. Também carecemos de renovar nossas ações e sentimentos, acatando na prática as palavras vivificantes de Jesus. Aliás, a própria mediunidade que trazemos hoje revela dívidas de vidas pretéritas, nas quais, certamente, olvidamos da obrigação de auxiliar os necessitados e promover nossa elevação espiritual. O exercício (correto!) da mediunidade, dom que Deus nos deu de graça, nos auxilia a caminhar com dignidade, responsabilidade e amor, extirpando sombras kármicas de nosso passado.

Todavia, mesmo buscando cumprir o Evangelho Cristão, ainda somos discriminados e taxados como “macumbeiros(1), perante muitos leigos. No mesmo embalo, outros propagam impropérios e condenações várias, ao dizerem que somos membros de uma “seita” satânica, e, por conseqüência, somos adoradores do demônio. Quem já compareceu ao nosso Templo sabe quão inverídica é essa imagem tão deturpada de nosso Culto. Mas bem sabemos quantos outros lugares fazem por onde chafurdar o nome da Umbanda, e atuam como “contrapeso” à obra que praticamos. A despeito do esforço incansável de distintos sacerdotes umbandistas (valendo destacar o legado deixado pelo saudoso W.W. da Matta e Silva), notamos que a Umbanda ainda precisa se expandir de maneira madura, desmistificada, de forma a combater e derrubar as barreiras que colocam em descrédito a nossa imagem, como Seareiros de Jesus. Muitos ainda usurpam o genuíno rito umbandista, mercantilizando passes, consultas, trabalhos e protagonizando trambicagens mil. Isso não podemos frear, e até adotamos uma conduta abnegada perante tais chafurdices. Isto porque fomos consolados pela assertiva de nossos Mentores Espirituais, que nos ensinam a confiar na Lei de Causa e Efeito, e na responsabilidade que esses mercadores do Templo assumem, perante a Lei Maior.

O importante é não esmorecermos em nossas posições íntimas. Quando chamados ao esclarecimento, devemos ser firmes, defensores dessa Umbanda que busca com responsabilidade e retidão o contado com o Sagrado. Deveria ser a única Umbanda, mas, “por força de várias forças”, hoje é multifacetada, confusa, e às vezes conhecida por escândalos que, de forma alguma, foram nem serão inatos ao seu âmago epistemológico.

Umbanda é coisa séria, para gente séria! Ser umbandista é ser Cristão; é praticar a moral cristã que transcende interpretações fundamentalistas. Pense nisso, quando porventura te colocares como umbandista, onde quer que sejas chamado a testemunhar por esta religião!



Mãe Tina
(artigo originalmente publicado no Periódico Buscando Luz Nº 7 – edição de julho de 1997).


(1) Na verdade, esta denominação é bastante incorreta, porque “macumba”, em sua etimologia mais original, designa uma árvore comum no continente africano. Esta árvore era preferida pelos praticantes do culto aos Orixás, para acolher, sob sua sombra, oferendas várias, postadas como agradecimento pela fartura na colheita, caça, saúde e proteção nas guerras tribais.  

domingo, 23 de outubro de 2011

AH, EU RECOMENDO!


UMBANDA E O PODER DA MEDIUNIDADE
W.W. da Matta e Silva (Yapacani)

Nesta obra, Pai da Matta focaliza o problema da mediunidade, que não é tão simples como se pensa, e não está ao alcance de todos, como postulam alguns. Nem todos são médiuns, e não basta fazer um cursinho de “desenvolvimento” para exercer essa tarefa confiada pelo Astral Superior, que trazemos de berço conforme nossa ficha kármica.

Outrossim, o autor mostra que não se deve forçar o que não é espontâneo, e que o médium é um ser especial, nascido e selecionado para servir como medianeiro dos Espíritos. Por outro lado, embora todos tenham alguns sintomas de mediunidade, não é aconselhável desenvolvê-la naqueles que não nasceram com ela de maneira inequívoca. Forçar o que não é natural pode provocar desequilíbrios, e Matta e Silva trata desse assunto com muita propriedade.

Destaque também para a última parte do livro, que relata causos e coisas de Umbanda, muitos deles vivenciados pelo autor, nas muitas andanças que fez, durante sua jornada como médium e pesquisador da religião.


Umbanda e o Poder da Mediunidade
W.W. da Matta e Silva (Yapacani)
248 páginas, Editora Ícone
R$ 35 (em média, sem frete)

Locais na Internet para aquisição do livro:

Editora Ícone (link direto)


sexta-feira, 21 de outubro de 2011

PARA REFLETIR













CURA REAL

Não trate apenas dos sintomas, tentando eliminá-los sem que a causa da enfermidade seja também extinta. A cura real somente acontece do interior para o exterior.

- Sim, diga a seu médico que você tem dor no peito, mas diga também que sua dor é dor de tristeza, é dor de angústia

- Conte a seu médico que você tem azia, mas descubra o motivo pelo qual você, com seu gênio, aumenta a produção de ácidos no estômago. 

  - Relate que você tem diabetes, no entanto, não se esqueça de dizer também que não está encontrando mais doçura em sua vida e que está muito difícil suportar o peso de suas frustrações

- Mencione que você sofre de enxaqueca, todavia confesse que padece com seu perfeccionismo, com a autocrítica, que é muito sensível à crítica alheia, e que você é demasiadamente ansioso

- Muitos querem se curar, mas poucos estão dispostos a neutralizar em si o ácido da calúnia, o veneno da inveja, o bacilo do pessimismo e o câncer do egoísmo.

Não querem mudar de vida. 

- Procuram a cura de um câncer, mas se recusam a abrir mão de uma simples mágoa.

- Pretendem a desobstrução das artérias coronárias, mas querem continuar com o peito fechado pelo rancor e pela  agressividade

- Almejam a cura de problemas oculares, todavia não retiram dos olhos a venda do criticismo e da maledicência

- Pedem a solução para a depressão, entretanto, não abrem mão do orgulho ferido e do forte sentimento de decepção em relação a perdas experimentadas. 

- Suplicam auxílio para os problemas de tireóide, mas não cuidam de suas frustrações e ressentimentos, não levantam a voz para expressarem suas legítimas necessidades.

- Imploram a cura de um nódulo de mama, todavia, insistem em manter bloqueada a ternura e a afetividade por conta das feridas emocionais do passado. 

- Clamam pela intercessão divina, porém permanecem surdos aos gritos de socorro que partem de pessoas muito próximas de si mesmos. 

Deus nos fala através de mil modos; a enfermidade é um deles e por certo, o principal recado que lhe chega da sabedoria divina é que está faltando mais amor e harmonia em sua vida

Toda cura é sempre  uma autocura  e o Evangelho de Jesus é a farmácia onde encontraremos os remédios que nos curam  por dentro. Há dois mil anos esses remédios estão à nossa disposição. 

Quando nos decidiremos? 

Fonte:
O Médico Jesus, de José Carlos De Lucca

sábado, 15 de outubro de 2011

PARA REFLETIR













Fernando Pessoa
(13/06/1888 - 30/11/1935)





"Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes,
Mas não esqueço de que minha vida é a maior empresa do mundo.
E que posso evitar que ela vá a falência.
Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver
apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise.
Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e
se tornar um autor da própria história.
É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar
um oásis no recôndito da sua alma .
É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida.
Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos.
É saber falar de si mesmo.
É ter coragem para ouvir um 'não'.
É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta.

"Pedras no caminho?

Guardo todas, um dia vou construir um castelo..."

segunda-feira, 10 de outubro de 2011


RECEITA DA SEMANA:
COMO COMPROMETER (SERIAMENTE) O SEU KARMA INDIVIDUAL E COLETIVO, EM POUCOS MINUTOS!
por Luciano M. Leite

Ingredientes:

1 palito de fósforo, isqueiro, ou instrumento similar, que produza fogo.
1 litro (ou mais) de bebida alcoólica, de sua preferência, para ingestão oral imoderada.
Um punhado de leviandade (para melhorar o rendimento, adicionar irresponsabilidade).

Modo de fazer:

Estando “de bobeira”, com a rapaziada, turma, tribo, ou a denominação que o valha, vá até uma reserva ambiental, de preferência alguma que esteja enfrentando situação de risco perante queimadas. Estando lá, faça uso de toda a bebida alcoólica ao seu redor. Sem moderação. Em seguida, mostre o quanto você é destemidamente fútil e imbecil, e ponha fogo em algum punhado de vegetação seca, com o auxílio de qualquer instrumento que produza a ignição necessária. “Comemore” com os seus companheiros igualmente medíocres (na verdade, somente os medíocres comemorarão contigo) a combustão produzida, mas se retire do local antes que o desastre ambiental comece a tomar forma. Afinal de contas, sua vida, apesar de vazia e fracassada, não merece ser queimada por uma “brincadeira” tão boba...

Rendimento:

Destruição do ecossistema local. Morte de animais e flora silvestres. Esterilização de hectares da mata nativa. Dispêndio de recursos hídricos para combate ao incêndio. Prejuízo para o aparato estatal, com a onerosa mobilização de bombeiros, brigadistas, policiais e outros. Geração de enfermidades respiratórias em milhares de pessoas. Destruição do patrimônio alheio, do milionário ao favelado. Este último, obviamente, sairá mais prejudicado, e sob as cinzas de uma completa desgraça familiar, tentará (obviamente, sem a sua ajuda!) reconstruir o pouco que conseguiu amealhar durante uma existência inteira. Rotinas individuais em desatino. Comunidades inteiras sob trágica situação. Desespero. Choro. Provações. Revolta. 

Indicação da receita:

Esta receita é altamente recomendada para quem, de fato, deseja lançar seu karma à penosas dívidas perante a coletividade. Um débito que, certamente, necessitará de diversas encarnações para ser saneado. Desancoselhável para quem acha que já tem problemas demais para lidar, perante a si próprio e ao próximo, na presente encarnação...


Aguarde outras fabulosas receitas do "Chef Luciano"...


sábado, 8 de outubro de 2011

AH, EU RECOMENDO!

 DOUTRINA SECRETA DA UMBANDA
W. W. da Matta e Silva (Mestre Yapacani)

Esta obra, a primeira a revelar os fundamentos da metafísica umbandista, veio à luz pela pena do maior expoente da Umbanda do século passado, o autor. A Tradição do Saber Integral ou Cabala é desdobrada a partir do Grande Arcano e se estende por toda a Teogonia e Cosmigonia, em um tratado filosófico profundo e, ao mesmo tempo, claro e conciso. O trabalho do Mestre Yapacany deixou impressões indeléveis sobre o movimento umbandista. Muitos de seus discípulos seguem ainda o ritual estabelecido pelo Mestre na década de 1970, trazendo para o terceiro milênio os ensinamentos ainda não assimilados por muitos.

Doutrina Secreta da Umbanda é uma obra que propõe a compreensão teosófica de toda a lógica cerimonial, talismânica e kabalística da Umbanda. Apresenta uma Umbanda que, embora instaurada sob peculiaridades étnicas, sociais e culturais, em nosso Brasil, é uma Raiz de Culto que encontra similitude com tradições herméticas milenares, praticadas desde o alvorecer da espiritualidade humana.

Doutrina Secreta da Umbanda
W.W. da Matta e Silva (Yapacani)
184 páginas, Editora Ícone
R$ 30 (em média, sem frete)

Locais na Internet para aquisição do livro:

Editora Ícone (link direto)
Lojas Americanas (link direto)

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

CRÔNICAS DE TERREIRO:



Magia e Umbanda: Das brumas do imaginário à realidade de nossos terreiros.
 por Luciano Martins Leite (1)

“O tempo da fé cega passou, pois, e chegamos à época da fé inteligente e da obediência razoável; o tempo em que não acreditaremos somente em Deus, mas em que havemos de vê-lo nas suas obras, que são as formas exteriores do seu ente.”
Éliphas Lévi

É muito provável que a Magia seja uma das manifestações mais antigas e elementares do gênero humano. Segundo Sir James Frazer (2)  - uma das autoridades mais célebres da antropologia - algumas pinturas rupestres já evidenciavam primórdios de magia “imitativa”, uma prática mística que consistia na crença de poder fazer mal a uma pessoa ou animal, através do flagelo de uma imagem que a representasse, forjada em barro, pintura, madeira, ou outro material maleável. Dessa forma, o homem das cavernas desenhava a presa desejada em paredes, antevendo o sucesso da caça. Há menções sobre a existência das artes mágicas em praticamente todas as civilizações que floresceram no planeta. Sabe-se que no Alto Egito, há cerca de 10.000 anos atrás, vigorava uma sociedade religiosa voltada para a prática da Magia, e que esta era vista como preceito fundamental para garantir a prosperidade, a fecundidade e as boas colheitas em todo o Reino governado pelo Faraó. O próprio Moisés, como membro da realeza egípicia, teria alcançado certo grau de iniciação em dogmas mágicos, antes de se lançar à defesa e condução do povo hebreu (3). Pouco mais adiante, na Grécia e em Roma, a Magia continuou a vicejar como instrumento de religiosidade, poder e manutenção da ordem social, mormente através de Oráculos que traçavam destinos e influenciavam governantes, pensadores e pessoas comuns a evitarem ou perseguirem determinados objetivos.

Mais tarde, com a ascensão do Cristianismo, e durante o período da história humana conhecido como Idade Média, a prática da Magia foi criminalizada ao extremo, e a partir dessa mesma época, a relação entre Magia e Satanismo se fixou definitivamente no imaginário coletivo. Não foram poucos os condenados à pena capital pela Igreja Romana, que, através de um sistema jurídico denominado “Santo Ofício”, lançou uma implacável perseguição aos praticantes dos “sortilégios” e “heresias” – algumas das variáveis sinonímicas da Magia Prática. Trazidos dessa época, ainda subsistem preconceitos atrozes contra as artes mágicas. Um exemplo claro é a estigmatização negativa de artefatos e animais. Como prova disso, observamos o receio de inúmeras pessoas perante a "imponência maléfica" de um bode, um corvo ou um gato preto.

Ao repudiar a tese de que a Magia representa tão somente a manifestação de forças diabólicas, a Umbanda a entende como expressão latente do poder volitivo dos Orixás. Quando manipulada em favor do bem comum, encontra respaldo no Éter Divino, e dinamiza a vontade de seu(s) operador(es) em fenômenos espiríticos que, via de regra, desencadeiam curas, harmonizações, ou mesmo os “milagres” que permeiam dogmas de outros credos. Em contrapartida, quando desprovida de preceitos cristãos, a Magia se converte em ferramenta espúria de vaidade e contenda espiritual, e fatalmente se converte naquilo que se convencionou chamar de “Magia Negra”. Obviamente, essa prática degenerada desencadeia sérios comprometimentos kármicos, atrasando significativamente a marcha do progresso espiritual de quem se serve de artifícios mágicos para fins escusos.

É bom não esquecermos: a Magia também é vulnerável à insensatez e ao fanatismo. Quando  movida sob tais condições, ora converge para a superstição pueril, sem nenhum efeito prático, ora descamba para o fetichismo grosseiro, que, quase sempre,   produz   nefastas  consequências  sobre  o incauto operador. Quando transmitida oralmente, sem profundidade iniciática, a Magia é transformada em “feitiço”: não passa de uma fórmula mecanicamente executada, que nem sempre alcança o objetivo espirítico desejável, dada a fragmentação ou o comprometimento de seu teor hermético.

Uma boa Escola Iniciática umbandista, conduzida por sacerdotes ilibados e calcada na luminescência moral do Evangelho Cristão, nos permite ter uma correta formação “acadêmica” acerca da Alta Magia, que deve ser conciliada  à vivência prática  da  teoria transmitida. Devemos etar cônscios da responsabilidade que assumiremos, quando porventura assimilarmos os fundamentos magísticos que norteiam o culto dos Orixás, para assim nos tornarmos dignos guardiões de um conhecimento milenar, que, se não for guardado com a devida maturidade moral, poderá servir como instrumento de nossa falência espiritual. Não podemos nos esquecer que ser magista é como ser depositário fiel de uma arma de fogo. O mal uso que fizermos dela, fatalmente, nos conduzirá a uma infausta cobrança kármica futura.

Como diria Helena Blavatsky, todos os homens são magos, no sentido último da palavra. Todos podemos utilizar o divino poder criador, seja através do pensamento, seja pela força da palavra, seja pela simples ação. Ainda que o médium não seja magista “de berço”, e, por esta razão, não se encontre  outorgado para executar trabalhos por conta própria, é salutar que aprenda os princípios magísticos de sua religião. Pois nem só com Mestres e Magos se constrói a Umbanda, mas sim, com aprendizes, auxiliares e entusiastas.


(1) membro da TUEDLUZ.
(2) FRAZER, Sir James George. O Ramo de Ouro. Rio de Janeiro: Zahar, 1982. 34 p.
(3) MATTA E SILVA, Woodrow Wilson da. Lições de Umbanda e Quimbanda na Palavra de um Preto-Velho. 3 ed. Rio de Janeiro:Freitas Bastos, 1975.

sábado, 1 de outubro de 2011

AH, EU RECOMENDO!


UMBANDA DE TODOS NÓS
W. W. da Matta e Silva (Mestre Yapacani)

Nesta pioneira e magnífica obra de W.W. da Matta e Silva, editada há 55 anos, o leitor irá encontrar a verdadeira definição do que seja Umbanda, nos seus mais puros conceitos, a origem real, científica e histórica desta palavra; o que é, realmente, o Orixá; quem é Exu e quais são as verdadeiras 7 linhas ou 7 vibrações espirituais. Define com maestria, o que vem a ser a mediunidade na Lei da Umbanda e quais as formas de apresentação dos espíritos de Caboclos, Pais-Velhos e Crianças. Ensina os mais corretos e positivos fundamentos sobre o ritual, banhos de ervas e defumadores; as guias, os sinais riscados ou Lei de Pemba. Explica as diferenças fundamentais entre Elementais e Elementares, dando noções basilares sobre o Espírito - este ilustre desconhecido. Devido ao árduo trabalho enquanto encarnado, e a importância desta obra e das outras que assinou, Matta e Silva deve ser considerado como um dos grandes mestres e magos das ciências Herméticas e ocultas, sendo figura tão importante quanto a dos grandes patriarcas e hierofantes do passado.


Umbanda de Todos Nós
W.W. da Matta e Silva (Yapacani)
352 páginas, Editora Ícone
R$ 45 (em média, sem frete)

Locais na Internet para aquisição do livro:

Editora Ícone (link direto)
Livraria Saraiva (link direto)