segunda-feira, 7 de novembro de 2011

BAÚ DA MÃE



DIFERENÇAS?

Irmão leitor, você vê diferença ente um médium umbandista e um kardecista? Entre um candomblecista e um umbandista? E entre um umbandista e um quimbandeiro?

Bem, diferença “orgânica” não existe. A faculdade mediúnica se expressa da mesma forma em nossos corpos físico e astral, não importando a qual corrente espiritualista tenhamos optado em seguir. Porém, quando agregamos, ou melhor, praticamos a mediunidade sob determinadas regras de um sistema religioso, que escolhemos pelo livre-arbítrio e (principalmente) pelo nosso grau consciencional, aí sim, muitas diferenças passam a existir entre médiuns e mediunidades.

Vejamos: o médium “kardecista”, por exemplo, prima pelo estudo do Evangelho Cristão, e pela apreciação literária das cinco obras publicadas por Allan Kardec, denominadas como o Pentateuco Espírita. Costumeiramente, atuam sob modalidades mediúnicas sutis, como a psicografia, piscofonia e a intuição, e lançam mão de práticas terapêuticas assistidas pelos Espíritos, como o passe magnético e a fluidificação de águas.

O médium umbandista (obviamente, o autêntico!), além do estudo do Evangelho do Cristo Jesus, trabalha  rotineiramente sob a dita "mecânica da incorporação”, servindo como instrumento de Entidades que pertencem a um triângulo sagrado de formas de apresentação (caboclo, preto-velho e criança). Esta prática é a mais corriqueira, mas não a única. Se a situação exigir, também há psicografia, xenoglossia, sensibilidade extra-sensorial, materialização e outros fenômenos espiríticos em terreiros de Umbanda. Além disso,  a liturgia umbandista  também exige de seus médiuns o estudo e a  aplicação de fundamentos não abarcados pelo dito Espiritismo, como a magia, a oferenda, o emprego astromagnético de elementos minerais e vegetais, a arte oracular, dentre outros preceitos doutrinários milenares.

Alguns médiuns se enveredam por caminhos que os tornam praticantes contumazes e subservientes de trabalhos que fogem da verdadeira missão mediúnica. Em profundidade, não nos cabe aqui o julgamento das atividades destes irmãos, tampouco nomenclaturar os cultos que se distanciam da prática mediúnica caritativa, tornando-a como moeda de troca. Mas é evidente que a prática da mediunidade não pode ser norteada por questões financeiras, pois isso, fatalmente, implica em favorecimentos pessoais e sociais, algo inadmissível para um legítimo medianeiro do Astral Superior.

Nossa comparação entre um estilo de mediunidade e outro não pretende afirmar que nós, umbandistas, somos os melhores médiuns existentes na face da Terra. Não! Somos todos de igual importância perante o Pai Excelso, sejamos médiuns ou não! Os múltiplos sistemas religiosos existentes em nosso orbe refletem, tão somente, a variedade de consciências e aptidões existentes dentre nós, seres encarnados. Não há médium mais “poderoso” que outro. Há, sim, tarefas distintas, sinergicamente dispostas dentro de um mesmo ideal: o alcance da cristandade plena pelo maior número possível de pessoas.

Somos todos iguais no que tange à mediunidade. No entanto, caminhos diferentes nos levam a crer que, com quanto mais ilibação conduzirmos o dom mediúnico, mais estaremos agraciados pela misericórdia divina. Um médium que trapaceia, mistifica, comercializa sua faculdade, não atingirá a finalidade precípua de sua mediunidade: a aproximação com Deus.

Sejamos, pois, os seareiros da Vontade Divina, para que possamos cumprir o dever que assumimos perante a Deus e a nós mesmos, no momento do reencarne. Jamais nos esqueçamos que mediunidade se “faz” sem ostentação e vaidade, da mesma maneira como o Cristo asseverou: com uma das mãos, sem que a outra saiba...

Jesus seja sempre louvado!


Mãe Tina
(artigo originalmente publicado no Periódico Buscando Luz Nº 14 – edição de fevereiro de 1998).


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Avisamos que qualquer comentário de conteúdo ofensivo aos nossos princípios éticos e religiosos não será publicado, bem como manifestações de correntes religiosas adversas à Umbanda.