quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

As Três Peneiras de Sócrates


“Um homem foi ao encontro de Sócrates levando ao filósofo uma
informação que julgava de seu interesse:
- Quero contar-te uma coisa a respeito de um amigo teu!
- Espera um momento – disse Sócrates. 
- Antes de contar-me, quero saber se fizeste passar essa informação pelas três peneiras.
- Três peneiras? Que queres dizer?
- Vamos peneirar aquilo que quer me dizer. Devemos sempre usar as três peneiras. Se não as conheces, presta bem atenção. A primeira é a peneira da VERDADE. 
Tens certeza de que isso que queres dizer-me é verdade?
- Bem, foi o que ouvi outros contarem. Não sei exatamente se é verdade.
- A segunda peneira é a da BONDADE. 
Com certeza, deves ter passado a informação pela peneira da bondade. Ou não?
Envergonhado, o homem respondeu:
- Devo confessar que não.
- A terceira peneira é a da UTILIDADE.
Pensaste bem se é útil o que vieste falar a respeito do meu amigo?
- Útil? Na verdade, não.
- Então, disse-lhe o sábio, se o que queres contar-me não é verdadeiro, 
nem bom, nem útil, então é melhor que o guardes apenas para ti”.

Em uma de nossas preleções para iniciarmos o rito público, falávamos sobre o texto acima e observamos que poucos dos irmãos que nos escutavam conheciam ou se lembravam das três peneiras.
Sabendo que esta mensagem já foi bastante divulgada por todos os cantos do mundo, concluimos que ainda não absorvemos a sua importância e não colocamos em prática um ensinamento tão simples.
Na verdade, permitimos que a fofoca, a maledicência, a calúnia se propaguem indiscriminadamente, causando todo tipo de dissabores para a pessoa de quem estamos falando, sem peneirar os fatos e as consequências de nossos atos.
Como é fácil pedir desculpas ao defrontarmos com o erro da difamação, sem nos importarmos com a dissolução de famílias, com a perda de um emprego, com amizades desfeitas e até mesmo destruindo obras edificantes.
Até o Mestre Jesus sofreu com a injúria e ainda pediu a Deus: “Pai, perdoa-os, pois não sabem o que fazem”. (Lc 23,24)
E nós, probres mortais, espíritos pequenos, ainda não aprendemos a lição e sempre temos algo a comentar, a criticar e profanar algo ou alguém.
Com pesar, notamos que esta atitude infeliz, se difunde até mesmo entre os que se dizem irmãos de fé, irmãos em Cristo, Cristãos, pois sempre teremos aqueles que somente destacam nossos defeitos e deixam de exaltar nossa obra, nosso trabalho e nossas qualidades.
E assim constatamos que a humanidade está cada vez absorta em seus próprios e fúteis desejos, esquecendo-se do maior mandamento de Jesus: “Amai a Deus acima de tudo e ao teu próximo como a ti mesmo” (Mt 22, 34-40)
A prática do amor ao próximo pode ser vista em função da obediência aos ensinamentos de Jesus. Nesse sentido, quando perdoamos não sete mas setenta vez sete a ofensa recebida, quando aguardamos até o dia seguinte para nos queixarmos com o nosso vizinho, quando exercitamos a nossa paciência diante das mais ásperas dificuldades, quando procuramos dar o exemplo, quando respeitamos a liberdade alheia, quando fazemos todos os esforços para não nos omitirmos, estaremos nos exercitando no amor ao próximo.
Amar ao próximo como a si mesmo é um trabalho árduo que deve começar bem, pois caso contrário o resultado é nulo. Muitas vezes implica num sacrifício total da liberdade humana, coisa que nem sempre estamos dispostos a praticá-la.
Então não desanime e tenha sempre consigo as três peneiras, para saber se o que estiver dizendo ou fazendo será verdadeiro, bom e útil a você e aos demais envolvidos.
Paz, luz, amor e harmonia sempre!
Mãe Andréa

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