quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

É Carnaval


Uma expressão muito comum na atualidade é: “Preciso viver minha humanidade, experimentar o que a vida tem para me oferecer...”.
Somos completamente favoráveis à liberdade de direitos e de expressões, mas é necessário lembrar que vivemos em um planeta de provas e expiações, onde encarnam espíritos que estão iniciando história evolutiva e trazem consigo um grupo de sensações que precisam ser extravasadas para que não se voltem contra a sociedade em que encarnaram.
Estamos encarnados para reprimirmos as más tendências e adquirir elementos espirituais positivos como o amor, a solidariedade, o respeito ao próximo e às diferenças.
Diante dos convites para festas, baladas e outros eventos coletivos, onde se pratica sexo, faz-se uso de bebidas , cigarros e entorpecentes, encontramo-nos em um momento em que o espírito tem a oportunidade de pôr para fora, não necessariamente o que ele tem de pior, mas as suas emoções mais profundas.
Como somos espíritos imperfeitos, as nossas festas quase sempre explicitam emoções do tipo primário, como ocorreram outrora, na Grécia antiga, as bacanais, festas dedicadas ao deus Dioniso ou Baco, na Festa do deus Líber em Roma, na Festa dos Asnos que acontecia na igreja de Ruan no dia de Natal e na cidade de Beauvais no dia 14 de janeiro, entre outras inúmeras festas populares em todo o mundo e em todos tempos.
O carnaval é uma dessas ocasiões que costuma ser chamada de folia, que vem do francês folle, que significa loucura ou extravagância sem que tenha existido perda da razão. No caso do carnaval a palavra significa desvio, anormalidade, fantasia, descontração ou mesmo alegria. Assim, a festa carnavalesca é o momento em que o espírito humano pode projetar o que há de mais profundo e de mais primitivo em si mesmo. O poetaVinicius de Morais deixou isto muito claro ao dizer: "Tristeza não tem fim, felicidade sim / A felicidade parece a grande ilusão do carnaval / a gente trabalha um ano inteiro / por um momento de sonho/ pra fazer a fantasia de rei ou de pirara ou jardineira / Pra tudo se acabar na quarta-feira"...
Qual a posição do cristão ante o carnaval?
Sem querer ditar normas, apenas expressando uma opinião, urge compreender o acontecimento; não sendo muito severo, não tendo medo dele por acreditá-lo uma expressão do mal e do diabólico da alma humana; não fugir dele por medo de sua sedução.
Não se deve, como fazem algumas religiões, criar blocos ou escolas-de-samba para brincar um carnaval cristão, profanando e banalizando os ensinamentos do Mestre Jesus. As coisas não se misturam.
Você pode ser um observador comedido, se gosta da festa, ir ao sambódromo ou às ruas para ver os foliões e, se não gosta, pode aproveitar o feriadão para descansar, meditar ou estudar sua doutrina; em resumo seguir o conselho de Paulo: "Viver no Mundo sem ser do mundo."
Por isso curta o carnaval da maneira que melhor lhe aprouver, mas não se esqueça de suas responsabilidades para consigo, para com os que te acompanham na folia e para com a humanidade.
Mesmo nos momentos de alegria, cabe-nos o discernimento do que é certo ou errado, assim como devemos agir com disciplina e respeito para com nossos companheiros de jornada.
Brinque o Carnaval mas não brinque com a sua vida!!!
Mãe Andréa

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