Agora falemos do
3º CASO – A queda pelo fator SEXO. Esse é um dos aspectos mais escabrosos, um dos mais escusos e uma dos mais difíceis de ser perdoados pela entidade protetora... É um caso que está intimamente ligado ao 1o, ou seja, o da vaidade excessiva. Um se completa, quase sempre, com o outro, e às vezes os três juntos.Temos em nossos 26 anos de Umbanda, assistido, constatado, identificado, positivamente, a situação ou as condições de vários médiuns que caíram desastrosamente por causa do elemento sexo...
3º CASO – A queda pelo fator SEXO. Esse é um dos aspectos mais escabrosos, um dos mais escusos e uma dos mais difíceis de ser perdoados pela entidade protetora... É um caso que está intimamente ligado ao 1o, ou seja, o da vaidade excessiva. Um se completa, quase sempre, com o outro, e às vezes os três juntos.Temos em nossos 26 anos de Umbanda, assistido, constatado, identificado, positivamente, a situação ou as condições de vários médiuns que caíram desastrosamente por causa do elemento sexo...
É que esse é um dos fracassos mais duros de ser suportado, não
resta a menor dúvida, porque mais do que nos outros, a MORAL do médium fica na
LAMA em que ele se SUJOU. Por mais que eles digam e se desculpem de toda forma,
ninguém se esquece, ninguém consegue apagar da lembrança a causa do seu fracasso.... É uma MANCHA, que, mesmo que ele tenha se regenerado completamente
, mesmo assim, não se apaga...
Já dissemos como é que o médium de fato é logo envolvido pelas
criaturas, com admiração, bajulações e fanatismo. Ele sente um constante
endeusamento em torno de si e quase que sem sentir vai caindo na faixa da
vaidade. Particularmente (convém repetir) se sente muito visado pelo
elemento feminino, que tem a propensão para se deixar fascinar pela
mediunidade, mormente quando a vê num homem bem apessoado.
Bem, todo médium que trabalha na faixa da luz, no combate a todas as mazelas, especialmente contra o
baixo-astral – convém sempre que o lembremos – é avisado constantemente pelas
entidades protetoras de que sua regra de todo instante é o “orai
e vigiai”... Por quê? Porque o baixo-astral que ele contraria, por força de sua
mediunidade positiva, fica na sombra aguardando uma oportunidade para
atacá-lo... Logo, se ele tem um ponto fraco qualquer, nesse caso, uma forte predisposição sensual, é certo que esse mesmo baixo-astral lançará mão de todos os
recursos para instigá-lo nessa parte...
Então, como não podem atacar diretamente, costumam fazê-lo,
lançando sobre ele a tentação do sexo através de algum elemento feminino que o
cerca e que por sua própria natureza é fraco. Isso no caso do homem-médium. No
caso da mulher médium é a mesma coisa. Essa cai mais depressa. Lançam o
elemento masculino sobre elas e pronto... quase não tem muito trabalho, pois a
mulher tem uma ponte de contato maior, muito
maior do que o homem, para o baixo-astral – é sua natural vaidade que é logo
decuplicada... e pronto... é difícil escapar (há exceções, é claro. Estamos nos
referindo à causa comum do fracasso).
Mas que não haja dúvidas do seguinte: o médium é alertado, pela
sua entidade protetora, de todos os aspectos negativos que o cercam. Exercem
uma constante vigilância sobre ele e nada acontece a esse médium se ele está
dentro da moral ou da “linha justa”. Agora, se esse médium, usando de seu
livre-arbítrio, dentro de uma incontida predisposição, já por ter criado pela vaidade uma série de condições
negativas, vira as costas à moral e à “linha justa”, construiu a ponte
de contato mental ou vibratório para as influências inferiores. Dentro dessas condições ele está repelindo
as influencias benéficas e protetoras de suas entidades, que se
vêem jogadas a um segundo plano...
E é por tudo isso que, nessas questões, nesses casos de médiuns-fracassados
por causa de forte incontinência sexual ou pelo irrefreável
sensualismo em torno de mulher ou moça de seu próprio terreiro, não
tem desculpa... ou melhor: um ou outro, excepcionalmente, dadas certas condições particularíssimas de sua vida, foram desculpados, porém, dentro do ultimatum de ser o primeiro e o último...
Porque, infelizmente, é duro mas nós vamos dizer: todos os
fracassos, todas as quedas de médiuns, quer seja homem ou mulher, tem se dado, invariavelmente, com elementos ou criaturas que estão dentro
do terreiro ou que fazem parte do corpo-mediúnico, isto é,
criaturas que estão sob a responsabilidade moral e espiritual do médium-chefe...
Não é que estejamos nos arvorando de Juiz – longe disso! Quem
somos nós para isso... Estamos nos baseando, tão-somente, na observação fria, no
fato inconteste de que, quase todos eles – os médiuns decaídos –
foram abandonados pelos seus protetores imediatamente e esses protetores não mais voltaram... E se abandonaram e não mais voltaram
é porque não desculparam o ERRO ou os erros... E é claro, patente que, se esses protetores
não mais voltaram a ter ligações mediúnicas com o seu “aparelho”, é porque ele
NÃO SE REGENEROU, não entrou no sincero arrependimento, indispensável à
verdadeira reintegração moral-mediúnica...
Assim falamos porque, além da observação direta, além dos
esclarecimentos dados sobre o assunto por uma entidade amiga, temos acolhido as lágrimas de remorso de inúmeros irmãos que
foram, no passado, médiuns de fato e que depois de terem usufruído por muito
tempo de toda uma aparente situação, acabaram rolando pelo caminho da doença, da miséria material e moral...
Assim, queremos reafirmar aqui, em tintas
negras, para esses irmãos médiuns que estão predispostos
ou que PROSTITUIRAM a sua mediunidade e que CONTINUAM dentro
dessas condições, isto é, sem terem até o presente procurado o
caminho da REGENERAÇÃO, sinceramente, humildemente, que a LEI É DURA e eles não
podem nem imaginar o ABISMO DE HORRORES que os esperam do outro
lado da vida...
Esses médiuns decaídos, fracassados, que persistem no caminho do erro, quando desencarnarem
se verão face a face com o cortejo de horrores, blasfêmias, ameaças e clamores de
vingança daqueles que eles envolverem em suas tramas de erros, interesses mesquinhos, por via de seus
trabalhos, de suas consultas erradas, de toda má orientação que deram a seus
semelhantes. Por via da influência inferior que acolheram. Verá todo aquele baixo-astral, que ele arrebanhou para servi-lo
através dos preceitos grosseiros em que ele se transviou, RIR SATANICAMENTE,
fazendo valer seus diretos de conluio, isto é,
arrebatá-lo para o seu lado...
Verá, quando transpuser o túmulo (se desprender dos laços carnais,
pela “morte”) como num panorama tétrico, o desfilar em sua própria consciência de
todos os seus desacertos. A sua imaginação apavorada, exaltada, fará uma revisão tão precisa
de seu passado, que tremendos pesadelos astrais o acometerão como hediondos fantasmas
que não dominará e nem sequer poderá afastar de sua menteespiritual... Angustiado, acovardado, se verá presa desse astral-inferior e dos
irmãos que ele enganou e prejudicou na vida terrena... Ele será arrebatado – quase sempre é assim – pelo astral inferior
por muito tempo, até que a Providência Divina lhe dê uma chance para libertação...
Agora devemos reafirmar duas coisas. 1a – Que nem todos os médiuns, por
que são da Corrente de Umbanda e por força dessa
circunstância tem de lidar com os efeitos do baixo-astral, tendem fatalmente a serem atacados, a serem
envolvidos, enfim, a fracassar... Não! Nos da corrente dita como kardecista,
essas situações também acontecem ... “aqui como lá, maus fados há”...
Conhecemos também vários médiuns de fato que tem a proteção do seu “caboclo, de seu preto-velho”, desde o princípio, há 15, 20 e mais anos. Nunca se desviaram da linha-justa
e nunca sofreram nada a não ser as naturais injunções ou provações
de seus próprios karmas...
A 2a reafirmação é a seguinte: que no caso de todos os médiuns
fracassados, os seus protetores muito lutaram para evitar as suas quedas; fizeram o possível e o “impossível”. Muitos desses “caboclos,
desses pretos-velhos”, chegam até a disciplinar, a castigar mesmo o aparelho, antes do abandono
final. Por vezes, jogado numa cama, com pertinaz
moléstia, por meses e até por um, dois e mais anos.
Dão-lhes certos tombos na vida material. Fazem ficar desempregados, passando necessidades
etc. É como se diz na “gira de terreiro”... “fulano está apanhando que só boi
de canga”... Esses médiuns que estão dentro dessas condições disciplinares
ficam revoltados, chegam até a xingar os seus guias etc., e costumam “correr
outra gira”, para ver “o que é que há com eles”.
E lá vão se queixar ao protetor do outro, que naturalmente já sabe
do que se trata. É quando “preto-velho” diz com muita propriedade: “em surra de
preto velho eu não boto a mão”... ou então, “quando caboclo bate, não reparte pancada”... Depois de uma séria disciplina, alguns desses médiuns se
emendam, ficam com medo e não facilitam mais, isto é,
começam a dominar a excessiva-vaidade ou voltam à linha-justa quanto à ambição pelo dinheiro ou às cobranças desregradas, ou
sobrepujam as suas predisposições sensuais
incontidas...
Porém, a maior parte desses médiuns, mesmo passando por uma
disciplina, um duro castigo, mesmo assim, voltam a inclinar-se desastrosamente
nas antigas e adormecidas predisposições... então “caboclo ou preto-velho”, vê
que não há mais jeito... não adiantou o castigo, nem advertência, nem nada... Assim, é
um fato, é uma verdade que nenhum desses médiuns-fracassados
ficou com o seu protetor, em sua guarda, depois de terem errado,
persistindo no erro. Esses
“médiuns” costumam se desculpar, depois, dizendo que caíram vítimas
de demandas
muito
fortes etc... mas não! Foi “força de pemba” mesmo. Foi a Lei que faz executar
sobre eles o “semeia e colhe”...
A “força
de pemba” às vezes é tão grande, desce com tanta rapidez sobre o médium que prostituiu
sua
mediunidade que muitos são levados ao suicídio, à embriaguez e a vergonhas
maiores...
Você,
meu irmão umbandista (ou não) que acaba de ler tudo isso, sabe lá o quão doloroso
é, para um médium, depois de ter sido admirado, acatado, respeitado, tido sua
fase de glória mediúnica, acabar completamente desmoralizado, desprezado,
em face de sua moral-mediúnica, sua moral-doméstica e social que ficou a
ZERO?....
Porque,
meu irmão umbandista – cremos que você compreendeu bem o caso – não é o erro em
si, porque
errar é humano e afinal todos nós podemos escorregar, de uma forma ou de
outra! A questão é cometer o mesmo erro, é
persistir nos MESMOS ERROS. Caboclo e preto-velho não são
CARRASCOS, mas não podem acobertar erros nem a repetição dos mesmos erros....
[originalmente publicada no livro "Umbanda do Brasil" - Livraria Freitas Bastos].