O TRABALHO DOS GUARDIÕES EXUS
(palestra proferida por Sheila Teixeira, membro da TUEDLUZ, em 30/11/2012)
Tudo no universo é regido por uma
organização hierárquica que organiza e mantém a ordem, a proteção e faz cumprir
os desígnios do Alto. Mesmo nos reinos inferiores em evolução, podemos observar
uma hierarquia estabelecida.
No reino animal, por exemplo,
temos entre as abelhas a seguinte hierarquia: A abelha rainha, os zangões, as
soldados, as operárias, as amas. Assim se segue entre as formigas, elefantes,
lobos, pássaros e assim por diante. A evolução humana deu um grande salto, a
partir do momento em que os grupos nômades passaram a se organizarem
hierarquicamente e cada um assumiu uma função específica dentro do grupo,
contribuindo assim para que houvesse ordem, harmonia e preservação da espécie.
Como tudo que existe no mundo
manifesto é uma representação do Reino Divino, não há como não reconhecer a
organização hierárquica espiritual. Dentro da visão da Umbanda, reconhecemos no
que se chama Reino virginal, ou seja, de onde emanam todas as formas de
manifestação da divindade, as 7 forças dos orixás, representado os 7 aspectos
de Deus. Os orixás são: Oxalá, Ogum, Oxossi, Xangô, Yori, Yorimá, Yemanjá.
Mas, onde está a vibração Exu?
Segundo Rivas Neto, no livro: Exu
– o Grande Arcano: “No Reino Virginal, não há necessidade de se movimentar
energias, porque não há energia. Não é preciso guardar nenhuma zona, porque não
há zona nenhuma. Essa condição é suficiente para justificar o fato de que no Reino
virginal não existe Exu.”
Os orixás são forças
idealizadoras da lei Divina. Mas faltava o elemento de ligação que pudesse
movimentar e fazer cumprir essas leis no plano da matéria. Era o terceiro
elemento que faltava, o elemento do equilíbrio, o elemento executor: Exu.
A trindade está presente em
inúmeras correntes do pensamento humano. Representa a força perfeita, onde se
pode sair da polaridade representada pelos opostos na dualidade e equilibrar
com o terceiro elemento neutro. Como Pai, Filho e Espírito Santo; Yin, yang e
Panku (o elemento neutro); Bharma, Vishnu e Shiva; Osíris, Tiphon e Hórus e por aí vai… Se no reino espiritual, tudo é
considerado amor, luz e sabedoria, do outro lado da casa do Pai existe a treva,
no sentido de falta de luz e não de coisa ruim. Por isso, os primeiros a
manipular a substância etérica foram considerados com “espíritos das trevas”.
O guardião das trevas e das
sombras, ou seja de toda a manifestação da matéria, foi também chamado guardião
Telúrico ou Planetário. Têm esse nome porque são impessoais, estão em essência
espiritual como os orixás, ou seja, não encarnam.
Assim, a hierarquia da força Exu,
vai se densificando à medida da necessidade de manter a ordem em circunstâncias
cada vez mais específicas da matéria. Espíritos em evolução assumem tarefas
junto ao plano físico conforme seu nível de conhecimento, responsabilidade,
comprometimento e desenvolvimento moral. Recebem de hierarquias superiores
as ordens e as cumprem, conforme suas especializações. Os espíritos aqui
presentes hoje são seres humanos como nós, seguindo sua evolução, mas que
pertencem à ordem dos Exus, que guarda e faz cumprir a Lei do Karma, a lei de
ação e reação. Essa Lei foi reconhecida pela ciência através da teoria da relatividade
descrita por Einstein: “Para toda ação, existe uma reação na mesma intensidade
e em sentido contrário”.
A contraparte feminina na força
Exu, é chamada de Pombojiras. São espíritos de natureza feminina, que se ocupam
de equilibrar e sanear as emoções, formas pensamentos desordenadas e
prejudiciais tanto à saúde física quanto espiritual das pessoas. Muito mal
compreendidas, a Bombojiras desempenham um papel fundamental na segurança e
reequilíbrio psíquico-emocional da humanidade.
O Exu Planetário é representado
simbolicamente pelo triangulo invertido do hexagrama, sendo correspondentes do
orixá Ancestral e de toda sua hierarquia constituída: Chefes de Legião, Chefes
de falange, Chefes de subfalanges, Chefes de Coluna, Subchefes de Coluna, e os
integrantes da Coluna. E é com imensa gratidão, que realizamos na Umbanda estas
homenagens a essa classe de irmãos nossos, que dedicam todo seu tempo, energia,
conhecimento, a servir à humanidade, mantendo a ordem, a disciplina, a
segurança individual, das famílias, das ruas, das cidades, dos países, dos
planetas.
Agora, vamos aprender um ponto
cantado que explica bem o trabalho como Senhor do Karma do Exu das Sete Encruzilhadas, Guardião da linha de Orixalá.
"SETE ENCRUZA BATE DEVAGAR DEVAGARINHO
(ou
seja tem paciência, dá várias oportunidades que às vezes são em forma de
dor/prejuízo.)
SETE ENCRUZA BATE DE MANSINHO
(ele
não quer machucar, tem piedade, mas precisa ensinar...)
É LEI É LEI É
LEI
(de causa e efeito)
SE VACILOU
(não
adianta pedir, implorar, pois a Lei do Karma é certeira)
NÃO SE
GUARDOU
(orai e vigiai!)
É LEI É LEI É LEI
VOCÊ PEDIU
(e
mereceu, fez por onde)
VOCÊ GANHOU..."
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