domingo, 3 de março de 2013

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O TRABALHO DOS GUARDIÕES EXUS

(palestra proferida por Sheila Teixeira, membro da TUEDLUZ, em 30/11/2012)
 

Tudo no universo é regido por uma organização hierárquica que organiza e mantém a ordem, a proteção e faz cumprir os desígnios do Alto. Mesmo nos reinos inferiores em evolução, podemos observar uma hierarquia estabelecida. 


No reino animal, por exemplo, temos entre as abelhas a seguinte hierarquia: A abelha rainha, os zangões, as soldados, as operárias, as amas. Assim se segue entre as formigas, elefantes, lobos, pássaros e assim por diante. A evolução humana deu um grande salto, a partir do momento em que os grupos nômades passaram a se organizarem hierarquicamente e cada um assumiu uma função específica dentro do grupo, contribuindo assim para que houvesse ordem, harmonia e preservação da espécie.


Como tudo que existe no mundo manifesto é uma representação do Reino Divino, não há como não reconhecer a organização hierárquica espiritual. Dentro da visão da Umbanda, reconhecemos no que se chama Reino virginal, ou seja, de onde emanam todas as formas de manifestação da divindade, as 7 forças dos orixás, representado os 7 aspectos de Deus. Os orixás são: Oxalá, Ogum, Oxossi, Xangô, Yori, Yorimá, Yemanjá.

Mas, onde está a vibração Exu?


Segundo Rivas Neto, no livro: Exu – o Grande Arcano: “No Reino Virginal, não há necessidade de se movimentar energias, porque não há energia. Não é preciso guardar nenhuma zona, porque não há zona nenhuma. Essa condição é suficiente para justificar o fato de que no Reino virginal não existe Exu.”


Os orixás são forças idealizadoras da lei Divina. Mas faltava o elemento de ligação que pudesse movimentar e fazer cumprir essas leis no plano da matéria. Era o terceiro elemento que faltava, o elemento do equilíbrio, o elemento executor: Exu.


A trindade está presente em inúmeras correntes do pensamento humano. Representa a força perfeita, onde se pode sair da polaridade representada pelos opostos na dualidade e equilibrar com o terceiro elemento neutro. Como Pai, Filho e Espírito Santo; Yin, yang e Panku (o elemento neutro); Bharma, Vishnu e Shiva;  Osíris, Tiphon e Hórus e por aí vai… Se no reino espiritual, tudo é considerado amor, luz e sabedoria, do outro lado da casa do Pai existe a treva, no sentido de falta de luz e não de coisa ruim. Por isso, os primeiros a manipular a substância etérica foram considerados com “espíritos das trevas”.
 

O guardião das trevas e das sombras, ou seja de toda a manifestação da matéria, foi também chamado guardião Telúrico ou Planetário. Têm esse nome porque são impessoais, estão em essência espiritual como os orixás, ou seja, não encarnam.


Assim, a hierarquia da força Exu, vai se densificando à medida da necessidade de manter a ordem em circunstâncias cada vez mais específicas da matéria. Espíritos em evolução assumem tarefas junto ao plano físico conforme seu nível de conhecimento, responsabilidade, comprometimento e desenvolvimento moral. Recebem de hierarquias superiores as ordens e as cumprem, conforme suas especializações. Os espíritos aqui presentes hoje são seres humanos como nós, seguindo sua evolução, mas que pertencem à ordem dos Exus, que guarda e faz cumprir a Lei do Karma, a lei de ação e reação. Essa Lei foi reconhecida pela ciência através da teoria da relatividade descrita por Einstein: “Para toda ação, existe uma reação na mesma intensidade e em sentido contrário”.
 

A contraparte feminina na força Exu, é chamada de Pombojiras. São espíritos de natureza feminina, que se ocupam de equilibrar e sanear as emoções, formas pensamentos desordenadas e prejudiciais tanto à saúde física quanto espiritual das pessoas. Muito mal compreendidas, a Bombojiras desempenham um papel fundamental na segurança e reequilíbrio psíquico-emocional da humanidade.


O Exu Planetário é representado simbolicamente pelo triangulo invertido do hexagrama, sendo correspondentes do orixá Ancestral e de toda sua hierarquia constituída: Chefes de Legião, Chefes de falange, Chefes de subfalanges, Chefes de Coluna, Subchefes de Coluna, e os integrantes da Coluna. E é com imensa gratidão, que realizamos na Umbanda estas homenagens a essa classe de irmãos nossos, que dedicam todo seu tempo, energia, conhecimento, a servir à humanidade, mantendo a ordem, a disciplina, a segurança individual, das famílias, das ruas, das cidades, dos países, dos planetas.


Agora, vamos aprender um ponto cantado que explica bem o trabalho como Senhor do Karma do Exu das Sete Encruzilhadas, Guardião da linha de Orixalá.



"SETE ENCRUZA BATE DEVAGAR DEVAGARINHO  
(ou seja tem paciência, dá várias oportunidades que às vezes são em forma de dor/prejuízo.)

SETE ENCRUZA BATE DE MANSINHO
(ele não quer machucar, tem piedade, mas precisa ensinar...)

É LEI É LEI É LEI     
(de causa e efeito)

SE VACILOU
(não adianta pedir, implorar, pois a Lei do Karma é certeira)

NÃO SE GUARDOU
(orai e vigiai!)

É LEI É LEI É LEI

VOCÊ PEDIU
(e mereceu, fez por onde)

VOCÊ GANHOU..."


 

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