domingo, 31 de março de 2013




VIVER A PÁSCOA...

É ser capaz de mudar,
É partilhar a vida na esperança,
É lutar para vencer toda sorte de sofrimento
É dizer sim ao amor e à vida,
É investir na fraternidade,
É lutar por um mundo melhor
É ajudar mais gente a ser gente,
É viver em constante libertação,
É crer na vida que vence a morte.
Desejo a você uma excelente PÁSCOA.
Que além de muitos ovos de chocolate,
VOCÊ possa também renascer e renovar!

domingo, 24 de março de 2013

Necessito de quê mesmo???

“Como podemos entender a atitude de certas pessoas que (...) atribuem a espíritos ou feitiços todo o mal-estar que as acomete?”

(...) são pessoas mais místicas, que tendem a buscar a culpa pelo que sentem em um evento externo – seja em uma inteligência ou um desencarnado, seja em um ato de magia que alguém faz contra ela – em vez de assumir a responsabilidade tanto por seus atos quanto por suas derrotas, seus problemas e dificuldades.

(...) trata-se de indivíduos com vasta problemática emocional e psíquica que reclamam mais os cuidados de um bom psicólogo ou psiquiatra, capaz de induzi-los a reflexão sobre a gênese e a solução de suas dificuldades, e não de um médium ou espírito para pretensamente resolver suas queixas.
 Trechos do livro "Magos Negros"
Robson Pinheiro – pelo espírito de Pai João de Aruanda

Não raro nos defrontamos com irmãos que se postam diante das entidades astralizadas, com queixas de toda sorte, sejam relacionamentos amorosos desfeitos, perseguições no trabalho, desemprego, desarmonia no lar, excesso de dívidas, familiares usuários de álcool ou entorpecentes, desavença com vizinhos e vários outros males que assolam a sociedade contemporânea.

Afirmam categoricamente, estarem subjugados pelos trabalhos de magia negra, feitiçaria ou em processo obsessivo.

Reflitamos sobre esses problemas, com o objetivo de aprendermos a distinguir se decorrem de feitiço impetrado por seres encarnados ou desencarnados que nos desejam prejudicar, ou se na realidade não somos nós os reais algozes de nossas próprias amarguras.

Os relacionamentos, na maioria das vezes, acabam por motivos diversos, mas principalmente porque um ou ambos parceiros, já não se sentem felizes em companhia do outro, não compartilham mais os mesmos propósitos, já não se enamoram mais, e percebem o quão doloroso será manter a convivência com aquele outro ser. Aí vem o momento da culpa. Por que não deu certo? Meu amor não é mais correspondido? Não sou mais feliz com ele(a). E antes de procurar uma terapia de casais, uma conversa sincera ou a conciliação, logo atribuímos a causa de nosso infortúnio aos invejosos, ex-amantes, e aos espíritos feiticeiros, eximindo-nos de responsabilidade por nossas ações de temperamentos conflitantes, de atitudes de intolerância e da falta de respeito ao espaço daqueles com quem compartilhamos nossa vida.

Quando o assunto é a situação profissional ou material, não conseguimos enxergar que outros colegas se destacam em suas tarefas, pela dedicação e pelo esforço, sendo assim preferidos pelas chefias para as promoções ou premiações. Se eu não demonstro competência e compromisso com a empresa, certamente não serei reconhecido e não será possível efetivar uma carreira sólida e meritosa. E a culpa continua sendo daquele colega que fez uma macumba para impedir meu sucesso. Mais uma vez atribuímos a terceiros nossas derrocadas pessoais, enquanto uma consulta com psicanalista no auxiliaria a vislumbrar nossos sentimentos de egoísmo, ciúme e de sensação de posse sobre outras criaturas.

Nos dirigimos aos gentis guias que nos destinam seu precioso tempo para suplicar a abertura de nossos caminhos, para conseguirmos o emprego que nos falta, porém negamos as diversas oportunidades que surgem por não satisfazerem nosso desejo de ganho fácil e de enriquecimento rápido. Tão pouco queremos aqueles patrões que nos cobram produtividade e empenho. Novamente nos torna necessário o auxílio de profissionais que nos ajudem a compreender a vaidade que nos inviabiliza o progresso.

É o mesmo que acontece quando detectamos os impedimentos para honrar os compromissos financeiros assumidos, para nos exibirmos dentro da moda, demonstrando um poder aquisitivo de que não somos portadores, e que para manter as aparências, contraímos dívidas que ultrapassam nossa capacidade de pagamentos, o que exacerba o nosso orgulho e nos proporciona uma falsa sensação de poder. É a contínua manifestação de nosso ego, superando a nossa razão e o comedimento dos gastos fúteis e desnecessários. As nossas obrigações são intransferíveis. Precisamos conter nossos impulsos consumistas e do auxílio de um consultor financeiro. Se não der certo temos aquela receita do escorpião no bolso, para toda vez que enfiarmos nossas mãos nele, avaliarmos se o gasto é devido e imprescindível a nossa subsistência.

E ao adentrarmos nos problemas de uso de substâncias tóxicas e do abuso do álcool, atribuímos nosso fracasso moral ao convívio com pessoas de má índole, aos conflitos familiares, e a influência de espíritos que acusamos de nos impelirem a tais desvios. Nos esquecemos do prazer que nos proporcionam as “baladas”, onde também desfrutamos do sexo abusivo e da perda de vitalidade ocasionada pela privação do sono, da falta de repouso e descanso tão necessários ao nosso cérebro e ao nosso corpo, essa morada que o Pai Criador nos emprestou e que Lhe devolvemos em estado de degradação irreparável, quando na ocasião de nosso desenlace. Interessa-nos mais aproveitarmos a chance de vivenciar nossa humanidade, nossas falhas de caráter e os impropérios de experiências a que damos conotação especial para aproveitarmos, erroneamente, nossa juventude. E nos eximimos de culpa ao anunciarmos que cuidaremos de tudo quando estivermos velhos ou então pedimos socorro ao Centro Espírita ou de Umbanda para descarregar as impurezas energéticas absorvidas nestes ambientes. Saímos de lá leves e recarregados para novas investidas nesse mundo de perniciosidade e luxúria.

Tais ponderações nos favorecem melhor compreensão do papel das entidades que amorosamente deixam os planos superiores para se dirigirem até nós, e que com paciência nos escutam nesses pífios assuntos, destinando-nos seu precioso tempo,enquanto poderiam estar em tarefa de auxílio aos irmãos mais necessitados do que nós, carentes de cura para suas doenças, cada vez mais degenerativas, de orientação para seus males espirituais e consolo para suas dores morais. Poderiam destinar seus esforços pela paz no planeta, pela manutenção da vida e pela diminuição dos impactos da miséria humana.

Sejamos pois seletivos em nossas atitudes e nos utilizemos de forma mais conveniente das bênçãos que esses nobres espíritos derramam sobre nós. Tenhamos consciência de que as mudanças devem ser realizadas por cada um e não por outras pessoas, encarnadas ou desencarnadas. Não serão velas, oferendas, passes que hão de regenerar nossos espíritos sem que realizemos nossa parte na obra de Deus. A reforma íntima é o único caminho que nos conduzirá a uma vida equilibrada do ponto de vista físico, material, moral e espiritual, e que há de nos fazer avaliar do que necessitamos realmente.

Paz, luz, amor e humildade sempre!
Mãe Andréa

domingo, 17 de março de 2013

FILME INÉDITO MOSTRA A VIDA E A OBRA DE W.W. DA MATTA E SILVA



Recentemente, toda a massa de prosélitos da Raiz de Guiné foi agraciada com a descoberta e ‘liberação’ de um raro documentário produzido por Rogério Sganzerla, em 1986, que foca a rotina da vida mundana e sacerdotal de nosso mestre Woodrow Wilson da Matta e Silva (Yapacani), preconizador da Umbanda Esotérica. O vídeo, com dezenove minutos de duração, talvez seja um dos poucos registros audiovisuais de Matta e Silva ainda existentes, tendo em vista que várias de suas outras aparições televisivas, na década de 70, se perderam por conta da extinção ou destruição do acervo de emissoras e cinegrafistas.

Ritos Populares, Umbanda no Brasil (Rogério Sganzerla, 1986) já está disponível no Youtube, no link a seguir:





domingo, 10 de março de 2013

PARA REFLETIR


Paramahansa Yogananda (5 de janeiro de 1893 a 7 de março de 1952), foi um iogue e guru indiano. É considerado um dos maiores emissários da antiga filosofia da Índia para o Ocidente. Através da Self-Realization Fellowship (SRF) - organização que fundou ao chegar aos Estados Unidos, foi pioneiro ao promover a prática da meditação por meio das lições que os estudantes recebiam em casa, pelo correio, para cumprir a sua missão mundial de difundir as técnicas de Kriya Yoga. Paramahansa Yogananda teve sua singular história de vida imortalizada no best-seller "Autobiografia de um Iogue". Abaixo, segue um importante trecho desta obra literária:


SUPERANDO AS FALHAS DE CARÁTER 
Ensinamentos de Paramahansa Yogananda


1 - AUTOPIEDADE: Autopiedade é uma das maiores falhas na vida espiritual. Abrigar autopiedade significa estar tão imerso no ego, que nossa atitude é sempre subjetiva; não podemos ser objetivos  acerca de nada. Se alguém faz uma sugestão, nós a tomamos como uma crítica pessoal. Constantemente sentimos pena de nós  mesmos. Ser objetivo é pensar desta forma: qual é a melhor atitude em relação ao meu trabalho, em meu relacionamento com os outros;acima de tudo, em meu relacionamento com Deus..

Quando nos movemos na consciência subjetiva, tornamo-nos extremamente sensíveis. Ninguém pode oferecer qualquer crítica construtiva, porque estamos sempre na defensiva… Estar na defensiva é um sinal de autopiedade. Treine a mente assim como o Yogananda nos ensinou, para você se colocar de lado e analisar uma situação e a sua reação e seja capaz de reconhecer como correto aquilo que foi dito sobre você, se esta for a verdade.

Se você se sente triste, mal humorado ou “em pedaços” porque alguém o criticou, você deveria compreender que  esta é uma de suas falhas. Deus testa cada um de nós no ponto em que somos mais fracos, porque é aí que precisamos  desenvolver força. Ele não aparecerá das nuvens para dizer: “Agora, meu filho, estas são as coisas que estão erradas em  você”. Em vez disso, Ele traz para as nossas vidas aquelas  circunstâncias que nos dão uma oportunidade para superar nossas fraquezas, para curar todas as feridas psicológicas em nossa consciência.

2 - AUTO-JUSTIFICAÇÃO: Uma das feridas é autopiedade.  E outra é auto-justificação, sempre explicando nosso comportamento. Yogananda nunca permitia isso. Em vez de sempre se defender e se explicar, pare e observe silenciosamente a situação. Se alguém  lhe diz que você fala mal dos outros ou sempre vê o lado negro das coisas, não esteja muito ansioso para se justificar. Pare e introspecte. Talvez aquela pessoa esteja certa.

É muito difícil encontrar Deus. O caminho espiritual é como o fio de uma navalha. Você pode obter o mais precioso tesouro do mundo sem fazer o Maximo sacrifício. A única forma pela qual podemos alcançar este objetivo é desistindo de todas as falhas do caráter que nos identificam tão intimamente com esta forma e este ego, e assim permanecem entre nós e Deus. E para fazer isto, devemos deixar de lado a justificação.

3 - AUTO-IMPORTÂNCIA: Outro defeito espiritual é a auto-importância: “Eu fiz isso, eu fiz aquilo, eu pensei aquilo”. Não é importante se você recebe crédito ou não e o Yogananda costumava lembrar-nos: “Muitas flores nascem para se encherem de cores às ocultas e gastam sua doçura no deserto”.

Ele estava dizendo que realmente não importa se as pessoas reconhecem ou não nossas ações. Buscar reconhecimento  humano é uma das maiores armadilhas no caminho para o sucesso espiritual. Yogananda costumava dizer que alguém poderia progredir bastante no caminho mas se ainda pudesse ser carregado nas asas da bajulação, que apela apenas ao ego, poderia cair daquele estado elevado. O ego precisa ser superado. Nós nos tornamos mais espirituais fazendo o que é certo, quer as pessoas nos dêem crédito ou não. Você pode dizer “Bem, então eu perderia minha motivação para trabalhar; eu quero ser apreciado!” Mas, eu estou convencida além de qualquer dúvida, que a única apreciação real vem de dentro.

Muitas pessoas alcançaram grande fama no mundo, mas terminaram suas vidas em suicídio. A adulação que receberam tornou-se vazia para eles porque não tinham aquela satisfação interior, mas se você sabe em seu coração que ganhou a graça de Deus, que O está agradando, sua mente não será abalada nem por elogios nem por censura que possam ser lançadas sobre você pelo mundo. Eu vi isto na vida de Yogananda. Ele costumava ter um sorriso tão caro, doce e humilde em sua face sempre que alguém o elogiava. E ele freqüentemente dizia: “Aquelas palavras me tocaram, mas eu as deposito aos pés do Divino. Não procuro nada de ninguém, mas estou feliz, se de alguma forma possa agradar meu Deus”. Ele permanecia sempre o mesmo, calmo, em todas as circunstâncias. Era um ser verdadeiramente humilde.

4 - AUTO-CONDENAÇÃO: A próxima armadilha é a auto-condenação. Muitos anos atrás havia aqui um devoto que dedicava toda sua vida à auto-condenação. Estava sempre pensando e falando sobre si mesmo: “Eu sou o último dos últimos, eu sou tão indigno, eu sou isso e sou aquilo”, até que você chegava ao ponto que gostaria de dizer, “Você poderia esquecer o “Eu”apenas por um instante? Pense de si mesmo como pó, se quiser, mas não fale tanto sobre isto!” Portanto, não seja apressado em condenar-se. Todos somos filhos de Deus, cada um comete erros, mas não acho que o Divino se importe mesmo um pouco com eles. O importante é que queiramos ser melhores e que tentemos ser melhores. Isto é tudo com que o Divino se importa. Ele quer que Lhe digamos: “Senhor, eu posso tropeçar um milhão de vezes, mas eu continuarei tentando até meu último suspiro”. Isto é tudo o que Deus quer de nós – que humildemente sejamos capazes de dizer isto e de sentir isto, interiormente. Não deveríamos condenar-nos porque não somos perfeitos e o Yogananda costumava dizer: “Não importa quantos erros você faça, continue tentando”.

5 - DESONESTIDADE: Desonestidade é uma falha séria. É uma indicação exterior, de uma profunda desordem psicológica interior. Você não pode ser desonesto e estar com sua mente em Deus. Pergunte-se sempre, “estou sendo honesto, estou sendo sincero?” É impossível progredir com seus dois pés em barcos diferentes, um levando para Deus e outro para longe Dele. Esforce-se, portanto, para ser honesto sempre. Você pode perguntar, “Isto significa que eu deveria falar sempre a verdade, mesmo se danosa para os outros?” Yogananda costumava dizer-nos, “Se você vê um homem cego descendo a rua e você está determinado a ser honesto e o chama “Ei homem cego, espere um instante!” isto é cruel. Use discriminação para compreender o que significa dizer a verdade. Um dos devotos, tentando praticar a honestidade, disse algo indelicado sobre outro, e isto foi trazido ao Yogananda. Ele interrogou aquele devoto, que disse: “Bem, eu fui argüido e pensei que deveria dar uma resposta honesta”. Naturalmente, ele não tinha o direito de julgar outra pessoa, pois o assunto não era de sua responsabilidade, e ele não conhecia todos os fatos. Após explicar isto, o Yogananda deu uma ilustração para ajudá-lo a compreender o princípio da honestidade espiritual. Ele disse: “Suponha que alguém está sendo perseguido por um assassino com uma faca na mão. Você é um transeunte. O assassino lhe pergunta em que direção foi o homem fugitivo, e você responde, “ele subiu naquela árvore”. Você foi honesto, mas sua resposta causará grande dano. Portanto, este tipo de veracidade não é certo. Teria sido melhor apontar em outra direção ou permanecer quieto, do que fazer algo que traísse alguém ou causasse dano. Temos que usar discriminação em como levar esta idéia de honestidade. Tente primeiro e principalmente ser honesto interiormente com Deus. Nunca pretenda, diante Dele, ser qualquer coisa senão o que você é, porque Ele já lhe conhece. Mas tente estar em sintonia com o que Ele está pensando sobre você. Você não precisa defender-se diante Dele, seja capaz de dizer, “Senhor, eu fui impaciente; me descontrolei. Sei que é errado, porque não estou em paz dentro de meu coração. Perdoa-me”. Se você é sincero, sentir-se-á melhor. Por que? Porque você foi a Deus como a um pai, a uma mãe, ou outro ser querido. Não se esconda de Deus ou de si mesmo porque quando você o faz, isto constrói profundo sentimento de culpa por dentro, de forma que chega o tempo em que você realmente não quer dirigir sua mente para dentro e olhar para si mesmo, porque há muitas coisas lá que lhe parecem feias e não atrativas, e você não as quer por perto. Quando isto acontece, as pessoas necessitam de tratamento, porque perderam a habilidade de olhar objetivamente para si mesmos.

O que a meditação faz é lhe dar a compreensão correta acerca de Deus e de sua compaixão, e de seu relacionamento com Ele, de forma que você pode gradualmente começar a puxar para fora todas aquelas camadas de problemas psicológicas que o separam Dele. Através da meditação pode chegar o tempo em que você olha para si mesmo honestamente, com todas suas fraquezas e não sente nenhuma culpa ou medo de Deus.

6 - IMPACIÊNCIA: Impaciência é outra falha de caráter. Todos podemos ser impacientes, às vezes, especialmente quando nos sentimos sob grande pressão. Isto é uma reação humana normal. Mas esta característica pode tornar-se um real impedimento para o bom relacionamento com os outros e, para o progresso espiritual. Se ela atua desta forma, então sabemos que precisamos fazer um esforço bem vigoroso para superar esta fraqueza. Um indivíduo que não sabe como exercitar paciência, não permanecerá firme em sua busca de Deus.

Precisamos ter a determinação divina expressa no canto de Gurudeva que diz: “No vale da tristeza, mil anos ou até amanha, eu esperarei para ver a Ti, a Ti – apenas a Ti”. Isto é paciência. Se você pode dizer-Lhe: “Não importa, meu Deus, se Tu vens a mim agora ou daqui a anos, eu continuarei procurando por Ti da mesma forma”. Você pode estar certo de que sua amorosa e paciente determinação atrairá Deus. Mas se você faz como certos devotos, “Eu me darei 20 anos para encontrar Deus; mas, se até lá não for bem sucedido, desistirei”, você já terá determinado seu fracasso. Deus não virá com imposições. Ele virá a nós quando estivermos prontos. Acima de tudo, quando estivermos prontos.

Se colocarmos qualquer limite de tempo ou outra condição em nossa busca, não há esperança de que Ele responda. Portanto, paciência deve ser exercitada na vida, e especialmente no caminho espiritual – absolutamente essencial para o sucesso espiritual. Yogadanda ensinou paciência fazendo-nos exercitá-la. Certa vez ele deixou a mim e outro devoto esperando por várias horas em “Golden Gate Bridge”, São Francisco. Quando não podíamos mais permanecer de pé, decidimos que não nos importaríamos com que as pessoas pudessem pensar, e nos sentamos no meio fio da ponte. O vento tornou-se amargamente frio antes que o Yogananda e o motorista voltassem de carro para apanhar-nos. Ocorreu-me a idéia de que eu estava ficando azul e poderia morrer do frio. Mas, não me permiti levantar ou mostrar irritação. E quando ele levou meu irmão Dick e eu à “Feira Mundial de Chicago”, em 1933, ele saiu com meu irmão e disse-me para esperar. Passaram-se quatro horas antes que eles voltassem. Ele me tinha dito: “Não fique vagueando” de forma que não vi nada da Feira, exceto o prédio onde eu estava esperando, que casualmente era o prédio da “Ford Motors” não muito interessante para mim. Alguém poderia criticar tal treinamento e dizer que era irrazoável. Penso que a maioria das pessoas teria se tornado impaciente e irritada de ter viajado mais de mil milhas para visitar uma Feira Mundial e apenas passar o seu tempo, sentada, esperando.

Devotos que tinham tal atitude e falta de compreensão espiritual não permaneciam por muito tempo em torno de Yogananda. Ele nos deu este tipo de disciplina porque para ele era mais importante que desenvolvêssemos as qualidades necessárias para a espiritualidade, do que estivéssemos sempre confortáveis ou que nossos desejos menores fossem satisfeitos. Mesmo como uma jovem discípula eu tinha a noção de que cada experiência vinha para ensinar-me algo, ou para ajudar-me a superar alguma limitação física ou mental. Sou profundamente grata por tudo no treinamento de Yogananda, pois sem este treinamento eu não conheceria a realização interior, força, amor, e alegria que abençoam minha vida agora.

7 - ÓDIO: O ódio é um traço de caráter perigosamente corrosivo. É impossível sentir-se harmonizado com Deus se há ódio no coração. O ódio é uma das forças mais poderosas do mundo; apenas uma é maior, a força do amor. Quando o coração está sintonizado com o ódio, esta emoção negativa corrói a essência da vida espiritual. Não penso que qualquer de vocês abrigue ódio no coração. Mas se você constantemente sente ódio em direção a qualquer indivíduo, tenha por certo que este ódio destruirá completamente sua vida espiritual. Tão sério isto é, é um dos maiores testes da natureza humana. Jesus poderia ter reagido com ódio intenso quando seu corpo estava sendo destruído por seus inimigos. Mas Ele não o fez. Exercitou a grandeza de coração, compaixão e amor divino que são sua real natureza, e são nossa real natureza. Ele elevou-se acima da vibração má e destrutiva do ódio, através da qual todo devoto na via espiritual, é alguma vez testado. Portanto, se você constantemente odeia alguém, não importa quão justificado você se sinta, saiba que será atormentado interiormente até que supere este ódio. O ódio não deve jamais ser guardado por qualquer ser humano que busque Deus. Ninguém cujo coração seja um canal para esta vibração maligna pode conhecer Deus.

8 - RESSENTIMENTO: O ressentimento é primo do ódio. É uma reação humana natural quando sentimos que fomos ofendidos ou tratados injustamente; assim como quando alguma coisa que dissemos volta à nós distorcida, ou quando alguém diz algo a nosso respeito que acreditamos não ser verdadeiro. No momento em que você se permite afligir com ressentimento, neste instante você perde a consciência de Deus. Você deve eliminá-lo de sua consciência. Tão freqüentemente quanto ele entrar, lance-o fora.

9 - FALSO ORGULHO: O falso orgulho é também um perigo. Ele vem do fato de darmos muita importância às nossas realizações, esquecendo que Deus é quem faz, e que apenas Ele merece crédito por qualquer sucesso que possamos obter. O ditado “O orgulho vem antes da queda” é muito, muito verdadeiro. No momento em que você der lugar a um falso orgulho, você está destinado a uma queda.

10 - CIÚME: O ciúme é o resultado de um profundo senso de insegurança. Quando sentimos sintonia com Deus, não encontramos mais qualquer razão para ciúmes. Estamos satisfeitos com o que é nosso porque reconhecemos que o que é nosso vem Dele. Não queremos nada que alguma outra pessoa tenha, porque estamos satisfeitos; não precisamos de nada mais. O ciúme é comum entre os seres mortais, mas não pode permanecer nos corações daqueles que estão buscando Deus.
Yogananda deu uma ilustração relativa ao ciúme, que jamais esqueci. Ele disse a alguns dos devotos, anos atrás, “Aqui está minha mão com mais cinco dedos. Este dedo não pode tomar o lugar daquele dedo. Eu preciso de todos eles para fazer o meu trabalho. Cada um de vocês tem seu lugar certo no meu coração, e no amor de Deus”. E cada um descobrirá seu lugar certo, dentro da família ou na comunidade, se der o melhor de si. Portanto, não há justificativa para o ciúme.

11 - INVEJA: Outro defeito espiritual é a inveja. Como parte de nosso treinamento Yogananda algumas vezes deliberadamente dava alguma coisa para um discípulo e ignorava os demais. Uma vez que compreendíamos o Yogananda, enxergávamos porque ele assim fazia para trazer à tona qualquer tendência em relação á inveja, de forma que pudesse ser reconhecida e removida. Eu lhes darei um exemplo. Através dos anos ele costumava dar pequenos presentes para nós, discípulos, na época de Natal, mas ele sempre dava o menor para mim. Na primeira vez, eu queria saber por que. Pensei, “Bem, talvez ele realmente não goste tanto de mim, quanto dos outros devotos”. Então fiquei muito envergonhada deste pensamento, compreendendo que era uma desonra pensar dessa forma. É humano, mas eu não gostava de ver esta pequenez em mim, nem em ninguém mais. Então eu analisei o fato: “Você realmente se importa? Você nunca quis coisas materiais. É por isso que ele não as está dando, elas não são algo que você queira. A única coisa que você quer é que ele cuide de você. E ele não precisa demonstrar isso dando-lhe presentes especiais de Natal”. Então aprendi o que é superar a inveja. Desde então não me permito sentir esta emoção. Além disso, não quero pessoas em torno de mim que sejam egocêntricas. Yogananda era absolutamente intolerante quanto à ciúme e inveja; ele não permitiria estas tendências em discípulos que desejassem estar junto dele. Ele costumava dizer: “Mantenha olhos em seu próprio prato, e não se preocupe com o que está no prato do outro. Você pode ter apenas o que é seu, e isto certamente virá à você”. Isto foi uma grande lição para mim.

Com isto aprendi que realmente não importava qual era o relacionamento de Yogananda com qualquer dos outros discípulos. O que importava era se eu estava aprofundando meu próprio relacionamento com Deus.. E não importa em sua vida espiritual qual é o relacionamento de Yogananda comigo ou com qualquer outro discípulo. O que importa para vocês é: “Qual é meu próprio relacionamento com Deus?” Nisto é que você deve se concentrar. Nunca se permita estar interessado no que é dado a algum outro. Aquilo que vem a você de Deus, é seu. Nada pode vir a você, exceto o que é seu, e nada que seja seu por direito, pode lhe ser negado. Esta é uma lei divina.

Do livro: "Autobiografia de Um Yogue" – de Paramahansa Yogananda

domingo, 3 de março de 2013

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O TRABALHO DOS GUARDIÕES EXUS

(palestra proferida por Sheila Teixeira, membro da TUEDLUZ, em 30/11/2012)
 

Tudo no universo é regido por uma organização hierárquica que organiza e mantém a ordem, a proteção e faz cumprir os desígnios do Alto. Mesmo nos reinos inferiores em evolução, podemos observar uma hierarquia estabelecida. 


No reino animal, por exemplo, temos entre as abelhas a seguinte hierarquia: A abelha rainha, os zangões, as soldados, as operárias, as amas. Assim se segue entre as formigas, elefantes, lobos, pássaros e assim por diante. A evolução humana deu um grande salto, a partir do momento em que os grupos nômades passaram a se organizarem hierarquicamente e cada um assumiu uma função específica dentro do grupo, contribuindo assim para que houvesse ordem, harmonia e preservação da espécie.


Como tudo que existe no mundo manifesto é uma representação do Reino Divino, não há como não reconhecer a organização hierárquica espiritual. Dentro da visão da Umbanda, reconhecemos no que se chama Reino virginal, ou seja, de onde emanam todas as formas de manifestação da divindade, as 7 forças dos orixás, representado os 7 aspectos de Deus. Os orixás são: Oxalá, Ogum, Oxossi, Xangô, Yori, Yorimá, Yemanjá.

Mas, onde está a vibração Exu?


Segundo Rivas Neto, no livro: Exu – o Grande Arcano: “No Reino Virginal, não há necessidade de se movimentar energias, porque não há energia. Não é preciso guardar nenhuma zona, porque não há zona nenhuma. Essa condição é suficiente para justificar o fato de que no Reino virginal não existe Exu.”


Os orixás são forças idealizadoras da lei Divina. Mas faltava o elemento de ligação que pudesse movimentar e fazer cumprir essas leis no plano da matéria. Era o terceiro elemento que faltava, o elemento do equilíbrio, o elemento executor: Exu.


A trindade está presente em inúmeras correntes do pensamento humano. Representa a força perfeita, onde se pode sair da polaridade representada pelos opostos na dualidade e equilibrar com o terceiro elemento neutro. Como Pai, Filho e Espírito Santo; Yin, yang e Panku (o elemento neutro); Bharma, Vishnu e Shiva;  Osíris, Tiphon e Hórus e por aí vai… Se no reino espiritual, tudo é considerado amor, luz e sabedoria, do outro lado da casa do Pai existe a treva, no sentido de falta de luz e não de coisa ruim. Por isso, os primeiros a manipular a substância etérica foram considerados com “espíritos das trevas”.
 

O guardião das trevas e das sombras, ou seja de toda a manifestação da matéria, foi também chamado guardião Telúrico ou Planetário. Têm esse nome porque são impessoais, estão em essência espiritual como os orixás, ou seja, não encarnam.


Assim, a hierarquia da força Exu, vai se densificando à medida da necessidade de manter a ordem em circunstâncias cada vez mais específicas da matéria. Espíritos em evolução assumem tarefas junto ao plano físico conforme seu nível de conhecimento, responsabilidade, comprometimento e desenvolvimento moral. Recebem de hierarquias superiores as ordens e as cumprem, conforme suas especializações. Os espíritos aqui presentes hoje são seres humanos como nós, seguindo sua evolução, mas que pertencem à ordem dos Exus, que guarda e faz cumprir a Lei do Karma, a lei de ação e reação. Essa Lei foi reconhecida pela ciência através da teoria da relatividade descrita por Einstein: “Para toda ação, existe uma reação na mesma intensidade e em sentido contrário”.
 

A contraparte feminina na força Exu, é chamada de Pombojiras. São espíritos de natureza feminina, que se ocupam de equilibrar e sanear as emoções, formas pensamentos desordenadas e prejudiciais tanto à saúde física quanto espiritual das pessoas. Muito mal compreendidas, a Bombojiras desempenham um papel fundamental na segurança e reequilíbrio psíquico-emocional da humanidade.


O Exu Planetário é representado simbolicamente pelo triangulo invertido do hexagrama, sendo correspondentes do orixá Ancestral e de toda sua hierarquia constituída: Chefes de Legião, Chefes de falange, Chefes de subfalanges, Chefes de Coluna, Subchefes de Coluna, e os integrantes da Coluna. E é com imensa gratidão, que realizamos na Umbanda estas homenagens a essa classe de irmãos nossos, que dedicam todo seu tempo, energia, conhecimento, a servir à humanidade, mantendo a ordem, a disciplina, a segurança individual, das famílias, das ruas, das cidades, dos países, dos planetas.


Agora, vamos aprender um ponto cantado que explica bem o trabalho como Senhor do Karma do Exu das Sete Encruzilhadas, Guardião da linha de Orixalá.



"SETE ENCRUZA BATE DEVAGAR DEVAGARINHO  
(ou seja tem paciência, dá várias oportunidades que às vezes são em forma de dor/prejuízo.)

SETE ENCRUZA BATE DE MANSINHO
(ele não quer machucar, tem piedade, mas precisa ensinar...)

É LEI É LEI É LEI     
(de causa e efeito)

SE VACILOU
(não adianta pedir, implorar, pois a Lei do Karma é certeira)

NÃO SE GUARDOU
(orai e vigiai!)

É LEI É LEI É LEI

VOCÊ PEDIU
(e mereceu, fez por onde)

VOCÊ GANHOU..."