quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Pai Guiné - É o vento que balança a folha

As coisas estavam um pouco diferentes naquela noite. Não esquisitas, nem estranhas, só diferente. O terreiro estava limpo e cheio de energias boas e confortantes, com as seguranças feitas e os médiuns dispostos.

Os consulentes aos poucos iam chegando e trazendo suas dores e lamentos para os pais, cada qual com a esperança de melhoras.

A sessão começou com todos cantando e elevando seus espíritos a Deus, unidos e amparados pela Luz Divina que vem de Aruanda, do Reino de Oxalá. O Guia do dirigente espiritual do terreiro incorporava em seu médium para mais uma sessão de amor e caridade aos irmãos necessitados, ao som de seu ponto cantado:

"É o vento que balança as folhas guiné,
É o vento que balança as folhas,
É, é, é Pai Guiné, é o vento quem balança as folhas."

Um a um, os consulentes foram sendo guiados para os caminhos do amor através da conversa sincera e dos passes magnéticos dos Guias do terreiro. Tudo estava correndo normalmente, ou parecia estar, até que uma consulente incorpora um kiumba que esperneava e xingava a todos os presentes.

Pai Guiné levantou de seu toco deixando seu consulente esperando e foi até o kiumba. Apenas olhou com resignação e compaixão daquele espírito perdido nas trevas da ignorância, do preconceito e sobretudo do ódio.

O kiumba, ao pressentir a chegada do Preto pára de espernear e com ódio olha para Pai Guiné e fala:

- É bem capaz que esse negro vai me fazer parar!

Pai Guiné responde:

- Parar, esse nego velho não vai, porque nenhum espírito merece ficar parado nas escalas evolutivas que regem o Universo e se o irmão acha que ficaremos aqui contracenando num teatro está muito enganado.

O kiumba, assustado e sem saber o que fazer segue esperneando e xingando a todos. O Preto-Velho bate sua bengala no chão, o kiumba pára e, vagarosamente, a cada nova batida da bengala do Preto-Velho ele se desliga dos chacras da consulente, que é energizada e convidada para uma franca conversa com Pai Guiné.

- Obrigada Pai, não sei quem mandou aquele encosto, aposto que foi alguém do meu serviço!

A consulente foi interrompida em seus delírios de obsessão e o Preto Velho lhe responde com sabedoria:

- Minha filha, hoje você veio nesse terreiro querendo destruir a todos que lhe rodeiam, irmãos que você supunha serem seus inimigos. Ninguém mandou o encosto para você, minha filha, apenas era um espírito com afinidade de seus sentimentos de ódio e rancor.

As palavras do Preto-Velho fizeram a consulente refletir. E, após um silêncio de reflexão, Pai Guiné continua sua conversa:


- A filha acha que, por ter um bom emprego e um bom cargo, seus colegas lhe invejam e seu chefe lhe persegue, mas não vê que seu emprego apenas reflete aquilo que a filha fez ou deixou de fazer por aqueles colegas que mais precisavam da sua ajuda, virando-lhes o rosto e sendo ríspida com quem hoje poderia ser seu amigo ou sua amiga. A filha veio nesse terreiro procurando o mal e, influenciada pelo kiumba, é o que levaria para casa, mas esse Negro Velho, inspirado por seu Anjo da Guarda veio ao seu auxílio. Espero que a filha volte ao seu lar, agora com a aura limpa e com um pouquinho mais de sabedoria, que plante sementes de compaixão, humildade e caridade, que, tenho certeza, irá colher paz, amor e muitas felicidades.


Ao cessarem as palavras de Pai Guiné a consulente, com lágrimas nos olhos agradeceu com sinceridade ao humilde e sábio Pai Guiné de Aruanda e saiu do terreiro levando amor, um corpo espiritual limpo e a certeza de ter encontrado a luz.


A cada vento que bate em seu rosto lhe trazendo paz, ela se lembra de que, nos momentos mais difíceis Pai Guiné lhe carrega nos braços, e lhe lembra que ele é o vento quem balança as folhas.



Inspirado pelo Preto-Velho Pai Guiné de Aruanda pelo médium Denis Moura - e-mail: denis-dp10@hotmail.com.

Fonte: Jornal Nacional de Umbanda Edição 38.
http://ensinosespirituais.blogspot.com.br/2013/05/pai-guine-e-o-vento-que-balanca-folha.html

terça-feira, 14 de outubro de 2014

Deus é um só

"Para mim não existe diferença entre uma pessoa e outra;
eu vejo tudo como reflexões da alma de um único Deus.
Não consigo imaginar ninguém como um estranho,
pois sei que somos todos parte de Espírito Único."

(Paramahansa Yogananda - Guru Indiano -1893/1952)

quarta-feira, 1 de outubro de 2014

DICAS EM MEDIUNIDADE

Seja o mais discreto possível.
Evite comentários pessoais em torno 
das faculdades de que seja portador.
Direta ou indiretamente, 
não provoque palavras elogiosas a você.
Não queira se antecipar à experiência 
que apenas o tempo lhe conferirá.
Confie na ação dos espíritos por seu intermédio, 
mas submeta tudo ao crivo da razão.
Não permaneça na expectativa de bons resultados 
sem trabalho perseverante.
Mesmo quando bem intencionados, 
acautele-se contra os bajuladores.
Vacine-se contra a vaidade, 
não admitindo qualquer situação que o coloque em evidência.
Não se afaste das atividades que, 
doutrinariamente, muitos consideram insignificantes.
Jamais reivindique privilégios.
Preocupe-se em dar exemplo de devotamento e amor à Causa.
Eleja na prática da Caridade o seu ponto de sintonia contínua 
com os Planos Mais Altos.
Aprenda a ouvir mais do que falar.
Tenha sempre uma palavra de otimismo em seus lábios.
Não condicione a sua presença na tarefa, 
fazendo com que a sua opinião prevaleça sobre as demais.
Fuja de exercer domínio sobre quem quer que seja.
Não ponha palavras suas na boca dos espíritos.
Convença-se de que as Trevas possuem 
mil maneiras para fazê-lo cair.
Toda vigilância de sua parte ainda é pouca.
Quem aceita o primeiro suborno, começa a se vender por inteiro.
Escolha caminhar entre pontos de referência que,
realmente, possam lhe dar segurança na jornada.
Não se considere completamente imune à fascinação.
Em favor de seu equilíbrio mental, 
não ignore a sua condição de mero instrumento.
Estude, mas não para mostrar que sabe e, sim, 
para que melhor avalie o tamanho de sua ignorância da Verdade.
Com a sua condição de médium, 
não atropele a sua condição de espírita.
O médium que mais recebe é aquele que mais doa.
Faça, a sós, as preces que você costuma fazer em público.
Dignifique o seu lar e a sua família.
Não olvide que ninguém é melhor médium do que pessoa.
O alicerce do edifício da mediunidade chama-se caráter.

Livro: Ao Médium Principiante
Carlos A. Baccelli, pelo Espírito Spartaco Ghilardi