segunda-feira, 18 de julho de 2011

BAÚ DA MÃE: O SOFRIMENTO

Todos nós perguntamos sempre: por que sofremos?

Outros perguntam: Por que logo eu, que só pratico o bem, não desejo o mal a ninguém, e sofro tanto?

Fulano é tão bom, por que ele sofre assim?

São perguntas que fazemos a todo instante, mediante um problema, uma doença, um revés. Mas, para isso, a nossa doutrina nos ensina: O sofrimento é a conseqüência inelutável da incompreensão e dos transviamentos da Lei que rege a evolução humana.

O homem traz em si infinitas riquezas de que mal se apercebe. Pode dominar tudo: a dor, a fome, a sede, o sono. Tendo se sujeitado à vida material, acreditou vencer as forças más. Entretanto, uma vez encerrado na prisão da carne, perdeu a lembrança de seu poder espiritual latente, e as faltas em que incorreu o arrastaram para as existências reparadoras, para a expiação.

O sofrimento não é inimigo, como se acredita. É, no entanto, um companheiro que não sabe mentir. É, ainda, o instrumento de toda elevação e o único meio de nos arrancar a indiferença, a volúpia. É um meio poderoso de educação para as Almas, pois desenvolve a sensibilidade, que já é, por si mesma, um acréscimo de vida. Por vezes, é uma forma de justiça, corretivo aos nossos atos anteriores e longínquos.

O sofrimento é um misterioso operário que trabalha nas profundezas de nossa alma, e trabalha para a nossa salvação, se transformando num meio educativo e purificador. Sofrer é acelerar o nosso progresso espiritual. É incentivo para as batalhas renhidas que recobrem de glórias os mais corajosos combatentes, e cujos triunfos consistem na virtude, na mansuetude, no trabalho honesto, no sacrifício, na abnegação, no amor ao próximo. Além do mais, é a forja purificadora, onde perdemos o peso das paixões inferiores, a fim de nos alçarmos à vida mais alta.

Por fim, o sofrimento é luz que nos aquece. Sinal de Deus que nos aclara as ilusões, para que delas possamos nos despojar. Sendo Deus o nosso Pai Eterno, Ele não quer nos punir. Ele não é o carrasco que algumas religiões pregam. Deus é misericórdia e só quer o nosso bem. Todavia, Ele quer que saibamos buscar todas essas maravilhas da vida terrena, praticando o bem, o amor, a fé e a busca por uma vida sem sofrimentos.

Portanto, vamos promover a paz, tanto social quanto interior, para que assim não sejamos alvo do sofrimento.

Deus nos abençoe.

Mãe Tina
(artigo originalmente publicado no Periódico Buscando Luz Nº 49 – edição de março de 2001).

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