segunda-feira, 21 de maio de 2012

MOMENTOS COM CHICO XAVIER



"Minha filha, a maternidade é um privilégio que DEUS concedeu à mulher; então, toda mulher desfruta desse privilégio da Providência Divina, mas, os filhos excepcionais são confiados tão somente às grandes mulheres que têm capacidade de amar até o infinito." - Emmanuel

As Crianças Excepcionais e o Suicídio
Chico Xavier confortou, ao longo de sua vida, mães de crianças excepcionais. Sentimentos se misturavam, o amor de mãe ao inconformismo diante de uma situação irreversível. O mesmo sofrimento enfrentado por mães de lugares diferentes do Brasil - a dificuldade de compreensão, muitas vezes a revolta, o desespero.
À cada uma, Chico dispensou sua atenção e compreensão. Aliviava com suas palavras os corações repletos de sofrimento.
Atualmente não mais dizemos crianças excepcionais, mais sim especiais. Extraímos três momentos no qual Chico foi solicitado para esclarecer esse tema à luz do Espiritismo. E esperamos que eles possam confortar e fortalecer todos os pais especiais.
Que a mensagem de Emmanuel no começo desse artigo sirva de incentivo a todos os pais, mães, tios, avós, irmãos, amigos especiais que têm o privilégio de receber crianças especiais em seu convívio. O amor compreende e aceita tudo, mas o preconceito não.
E, a nós, que ainda não somos pais, mães, tios, avós, irmãos ou amigos especiais, que possamos dispensar a nossa compaixão e caridade à todas essas crianças que necessitam tanto de um minuto de nossa atenção e respeito.

"Certa senhora procurou o Chico com uma criança nos braços e lhe disse:
- Chico, meu filho nasceu surdo, mudo, cego e sem os dois braços. Agora está com uma doença nas pernas e os médicos querem amputar as duas para salvar a vida dele. Há uma resposta para mim no Espiritismo?
Foi com a intervenção de Emmanuel que a resposta veio:
Chico, explique à nossa irmã que este nosso irmão em seus braços suicidou-se nas dez últimas encarnações e pediu, antes de nascer, que lhe fossem retiradas todas as possibilidades de se matar novamente. Mas, agora que está aproximadamente com cinco anos, procura um rio, um precipício para se atirar. Avise nossa irmã que os médicos amigos estão com a razão. As duas pernas dele vão ser amputadas, em seu próprio benefício, para que ele fique mais algum tempo na Terra, a fim de que diminua a idéia do suicídio." (p. 35)
  
 Os Excepcionais
(Do Programa Hebe Camargo - Especial de Natal com Chico Xavier - TV Bandeirantes)

Pergunta- Gostaria de saber se uma criança excepcional é carma, que a gente diz em termo espiritual, carma o sofrimento é dos pais ou é das crianças?
CHICO - A criança excepcional sempre me impressionou, pelo sofrimento de que ela é portadora, não somente em se tratando dela mesma, mas também dos pais, e isso tem sido tema de várias conversações minhas com nosso Emmanuel, que é o Guia Espiritual de nossas tarefas. Ele então disse que em regra geral, a criança excepcional é o suicida reencarnado. Reencarnado depois do suicídio recente, porque a pessoa quando pensa que se liquida, está apenas estragando ou perdendo a roupa de que a Providência Divina permite que se sirva durante a existência, que é o corpo físico, a verdade é que ela em si é um corpo espiritual; então, os remanescentes do suicídio acompanham a criatura que praticou a autodestruição para a vida do mais além. Lá, ela se demora algum tempo, amparada por amigos, que toda criatura tem afeições por toda parte; mas, volta à Terra com os remanescentes que levou daqui mesmo, após o suicídio. Se uma pessoa espatifou o crânio e o projétil atingiu o centro da fala, ela volta com a mudez; se atingiu apenas o centro da visão, volta cega, mas se atingiu determinadas regiões mais complexas do cérebro, vem em plena idiotia, e aí os centros fisiológicos não funcionam. A Endocrinologia teria de fazer um capítulo especial para estudar uma criança surda, muda, cega, paralítica, porque aí a criatura seria uma vida no santuário da vida, que é a parte mais delicada do cérebro. Se ela suicidou-se, mergulhando em águas profundas, vem com a disposição para o efizema, o efizema infantil ou da mocidade nos primeiros dias da vida; se ela se enforcou, vem com a paraplegia, depois de uma simples queda, que toda criança cai (do colo da ama, do colo da mãezinha); então, quando o processo é de enforcamento, a vértebra que foi deslocada vem mais fraca e, numa simples queda, a criança é acometida pela paraplegia. E nós vemos por aí outras crianças que vêm completamente perturbadas: a esquizofrenia, por exemplo, diz-se é do suicídio depois do homicídio. O complexo de culpa adquire dimensões tamanhas que o quimismo do cérebro se modifica e vem a esquizofrenia como uma doença verificável, porque através dos líquidos expelidos pelo corpo é possível detectar os princípios de esquizofrenia; mas o esquizofrênico é o homicida que se fez suicida, porque o complexo de culpa é tão grande, o remorso é tão terrível que aquilo se reflete na próxima vida física da criatura durante algum tempo ou muito tempo.

Pergunta - Uma criança retardada sente o que o pai ou a mãe fala, por exemplo, palavras de amor, palavras bruscas?
CHICO - Sentem, sentem e ouvem, registram e sabem de que modo estão sendo tratadas; elas são profundamente lúcidas na intimidade do próprio ser. A criança vem somente com aqueles que são capazes de amá-la e ajudá-la a passar aquele transe temporário de treze, vinte, trinta anos; que geralmente os excepcionais desencarnam muito cedo. Certa feita, uma senhora nos procurou em Uberaba e disse: eu sou mãe dessa criança excepcional, me sinto uma criatura amarga, sofro muito com isso, o que Emmanuel diz para mim? Ele disse assim: - Minha filha, a maternidade é um privilégio que DEUS concedeu à mulher; então, toda mulher desfruta desse privilégio da Providência Divina, mas, os filhos excepcionais são confiados tão somente às grandes mulheres que têm capacidade de amar até o infinito." (páginas 91 a 93)
(Trechos extraídos do livro Chico, de Francisco do autor Adelino da Silveira, editora Cultura Espírita União)***

 Pinga Fogo [ 20 e 21 de Dezembro de 1971- TV Tupi -São Paulo]

Crianças com Graves Deficiências
Leporace Leporace (entrevistador)
Pergunta - Eu gostaria de perguntar, Chico Xavier, que espécie de missão vêm cumprir essas crianças que lotam aqui em São Paulo as Casas André Luiz? São crianças que nascem cegas, surdas, mudas, aleijadas e a gente só sabe que vivem porque respiram.
Então, eu pergunto: onde, dentro dos fenômenos cármicos, onde, dentro da evolução espiritualista, nós podemos condicionar essas crianças, essas criaturas de Deus? Que fazem elas sobre a face da Terra, além de sofrer e de inspirar piedade aos que as protegem e aos que as mantêm? Eu gostaria de uma resposta sua a essa pergunta, Chico.
CHICO- Algumas vezes temos sido orientados quanto à instrução a que se refere o nosso querido entrevistador, nosso amigo Sr. Vicente Leporace.
Quando cometemos o suicídio, quando perpetramos o homicídio, conscientemente, nós dilapidamos em nós mesmos determinadas estruturas do nosso corpo espiritual. Passamos então à condição de criaturas claramente alienadas do ponto de vista do equilíbrio mental na vida próxima.
Sem o corpo, somos hospitalizados em cidades e colônias do mundo espiritual pela benemerência de Nosso Senhor Jesus Cristo, através dos Seus mensageiros, como verdadeiros doentes mentais em estado grave. E tão somente o regresso ao corpo físico pode operar em nós, isto é, facultar-nos a possibilidade da reestruturação daqueles mesmos implementos do corpo espiritual que nós destruímos. Muitas vezes a idiotia não é senão o processo de internação que solicitamos, por nós mesmos, com as nossas necessidades, para que venhamos a entrar num período de autotratamento intensivo.
E nada dói tanto, e nada nos suscita tanto amor quanto uma criança doente. Pais, mães, conselheiros, orientadores, amigos, uma criança doente nos enternece. Uma criança doente é uma obra de Deus mutilada em nossas mãos. Mas isso não vem de Deus, pois Deus nos criou para a harmonia, para a felicidade. Agora, nós criamos os mecanismos do sofrimento, da expiação, em nós mesmos. O inferno reside em nossa própria mente, quando nós infernizamos a nossa vida, quando entramos num processo de culpa intensiva, absoluto, conscientemente nós estragamos a nossa vida cerebral, o nosso mundo mental. Nós obstruímos os canais do equilíbrio, perdemos a conexão com aqueles que são os benfeitores máximos da nossa vida, e eles mesmos, por amor a nós, nos ajudam, nos colocando em braços de mães maravilhosas, de pais abnegadíssimos, que nos ajudam em nossa própria reestruturação. Nada dói tanto como uma criança doente.
Muitas vezes ouvi amigos com muita experiência da vida indicando a eutanásia para os casos de idiotia. Mas, em nome de Jesus, nunca devemos fazer isto! Amar sempre os nossos filhos, os nossos descendentes que estejam nessa condição, e tanto quanto possível ampará-los quando eles estejam desprovidos de lar. É uma benção amparar alguém como esses nossos irmãos que estão em condições assim tão dolorosas, porque amanhã eles serão também nossos benfeitores. Bem-aventurados aqueles que puderem estender o coração e as mãos para as criancinhas que nascem nessa condição."

Nota: O Centro Espírita Nosso Lar Casas André Luiz destaca-se como uma das maiores e mais eficientes instituições dirigidas à assistência material e espiritual a portadores de deficiência mental.


 
Chico, de Francisco
Adelino da Silveira
ED.CEU


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