PARÁBOLA DA ALIENAÇÃO
Neimar de Barros*
Um menino viu a mãe comprar uma árvore, enchê-la de bolas coloridas e dizer que o Natal havia chegado. Viu o pai dar dinheiro para a grande ceia com nozes, castanhas, avelãs e até peru...
Viu o tio trazer para dentro de casa um ridículo Papai-Noel com barbas e barriga falsas, dando presente a todo mundo. Viu o irmão mais velho tocar músicas típicas da data. Viu o vizinho bêbado festejando o Natal.
Viu a cidade enfeitada e as lojas exigindo consumo, pela propaganda que faziam. Viu uma fila enorme dando volta em dez quarteirões, favelados recebendo um bonequinho de plástico e duas bexigas de soprar.
Viu os desastres aumentarem nesse dia por causa das correrias, das bebidas... Viu brigas com bofetões e tudo, por causa do festejo de uma buzina. Viu inúmeros cartões de "Boas Festas" e uma enxurrada de arrotos satisfeitos.
O menino assistiu a tudo isso calado. Ao final da noite, numa oração espontânea, ele pediu profundas desculpas ao ANIVERSARIANTE.
* - do livro "O DIA DA SUA MORTE", Editora Shalom, 1973
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NOSSA NOTA:
Neste Natal, saiba a diferença entre celebrar e comemorar. Mais do que isso, dê preferência à prática do primeiro termo, pois ele dá vazão ao real sentido da data: solenizar o advento do Cristo Jesus em nosso orbe, em nosso núcleo familiar. O segundo verbo, infelizmente o mais praticado, apenas transforma a data em ocasião para risadas, diversão e banalidades, como bem apontou o texto acima.
Pense nisso!
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