Uma
expressão muito comum na atualidade é: “Preciso
viver minha humanidade, experimentar o que a vida tem para me oferecer...”.
Somos
completamente favoráveis à liberdade de direitos e de expressões, mas é
necessário lembrar que vivemos em um planeta de provas e expiações, onde
encarnam espíritos que estão iniciando história evolutiva e trazem consigo um
grupo de sensações que precisam ser extravasadas para que não se voltem contra
a sociedade em que encarnaram.
Estamos
encarnados para reprimirmos as más tendências e adquirir elementos espirituais
positivos como o amor, a solidariedade, o respeito ao próximo e às diferenças.
Diante
dos convites para festas, baladas e outros eventos coletivos, onde se pratica
sexo, faz-se uso de bebidas , cigarros e entorpecentes, encontramo-nos em um momento
em que o espírito tem a oportunidade de pôr para fora, não necessariamente o
que ele tem de pior, mas as suas emoções mais profundas.
Como
somos espíritos imperfeitos, as nossas festas quase sempre explicitam emoções
do tipo primário, como ocorreram outrora, na Grécia antiga, as bacanais, festas
dedicadas ao deus Dioniso ou Baco, na Festa do deus Líber em Roma, na Festa dos
Asnos que acontecia na igreja de Ruan no dia de Natal e na cidade de Beauvais
no dia 14 de janeiro, entre outras inúmeras festas populares em todo o mundo e
em todos tempos.
O carnaval é uma dessas ocasiões que costuma ser
chamada de folia, que vem do francês folle, que significa loucura ou
extravagância sem que tenha existido perda da razão. No caso do carnaval a
palavra significa desvio, anormalidade, fantasia, descontração ou mesmo alegria.
Assim, a festa carnavalesca é o momento em que o espírito humano pode projetar
o que há de mais profundo e de mais primitivo em si mesmo. O poetaVinicius
de Morais deixou isto muito claro ao dizer:
"Tristeza não tem fim, felicidade
sim / A felicidade parece a grande ilusão do carnaval / a gente trabalha um ano
inteiro / por um momento de sonho/ pra fazer a fantasia de rei ou de pirara ou
jardineira / Pra tudo se acabar na quarta-feira"...
Qual a posição do cristão ante o
carnaval?
Sem querer ditar normas, apenas expressando
uma opinião, urge compreender o acontecimento; não sendo muito severo, não tendo
medo dele por acreditá-lo uma expressão do mal e do diabólico da alma humana;
não fugir dele por medo de sua sedução.
Não se deve, como fazem algumas
religiões, criar blocos ou escolas-de-samba para brincar um carnaval cristão,
profanando e banalizando os ensinamentos do Mestre Jesus. As coisas não se
misturam.
Você pode ser um observador comedido,
se gosta da festa, ir ao sambódromo ou às ruas para ver os foliões e, se não
gosta, pode aproveitar o feriadão para descansar, meditar ou estudar sua
doutrina; em resumo seguir o conselho de Paulo: "Viver no Mundo sem ser do
mundo."
Por isso curta o carnaval da maneira
que melhor lhe aprouver, mas não se esqueça de suas responsabilidades para
consigo, para com os que te acompanham na folia e para com a humanidade.
Mesmo
nos momentos de alegria, cabe-nos o discernimento do que é certo ou errado,
assim como devemos agir com disciplina e respeito para com nossos companheiros
de jornada.
Mãe
Andréa