“Um homem foi ao encontro de Sócrates
levando ao filósofo uma
informação que julgava de seu
interesse:
- Quero contar-te uma coisa a
respeito de um amigo teu!
- Espera um momento – disse Sócrates.
- Antes de contar-me, quero saber se fizeste passar essa informação pelas três
peneiras.
- Três peneiras? Que queres dizer?
- Vamos peneirar aquilo que quer me
dizer. Devemos sempre usar as três peneiras. Se não as conheces, presta bem
atenção. A primeira é a peneira da VERDADE.
Tens certeza de que isso que queres dizer-me é verdade?
- Bem, foi o que ouvi outros
contarem. Não sei exatamente se é verdade.
- A segunda peneira é a da BONDADE.
Com certeza, deves ter
passado a informação pela peneira da bondade. Ou não?
Envergonhado, o homem respondeu:
- Devo confessar que não.
- A terceira peneira é a da UTILIDADE.
Pensaste bem se é útil o que vieste falar a
respeito do meu amigo?
- Útil? Na verdade, não.
- Então, disse-lhe o sábio, se o que
queres contar-me não é verdadeiro,
nem bom, nem útil, então é melhor que o guardes
apenas para ti”.
Em
uma de nossas preleções para iniciarmos o rito público, falávamos sobre o texto
acima e observamos que poucos dos irmãos que nos escutavam conheciam ou se
lembravam das três peneiras.
Sabendo
que esta mensagem já foi bastante divulgada por todos os cantos do mundo,
concluimos que ainda não absorvemos a sua importância e não colocamos em
prática um ensinamento tão simples.
Na
verdade, permitimos que a fofoca, a maledicência, a calúnia se propaguem
indiscriminadamente, causando todo tipo de dissabores para a pessoa de quem
estamos falando, sem peneirar os fatos e as consequências de nossos atos.
Como
é fácil pedir desculpas ao defrontarmos com o erro da difamação, sem nos
importarmos com a dissolução de famílias, com a perda de um emprego, com
amizades desfeitas e até mesmo destruindo obras edificantes.
Até
o Mestre Jesus sofreu com a injúria e ainda pediu a Deus: “Pai, perdoa-os, pois
não sabem o que fazem”. (Lc 23,24)
E
nós, probres mortais, espíritos pequenos, ainda não aprendemos a lição e sempre
temos algo a comentar, a criticar e profanar algo ou alguém.
Com
pesar, notamos que esta atitude infeliz, se difunde até mesmo entre os que se
dizem irmãos de fé, irmãos em Cristo, Cristãos, pois sempre teremos aqueles que
somente destacam nossos defeitos e deixam de exaltar nossa obra, nosso trabalho
e nossas qualidades.
E
assim constatamos que a humanidade está cada vez absorta em seus próprios e
fúteis desejos, esquecendo-se do maior mandamento de Jesus: “Amai a Deus acima
de tudo e ao teu próximo como a ti mesmo” (Mt 22, 34-40)
A prática do amor ao próximo pode ser vista em função da obediência aos
ensinamentos de Jesus. Nesse sentido, quando perdoamos não sete mas setenta vez
sete a ofensa recebida, quando aguardamos até o dia seguinte para nos queixarmos com
o nosso vizinho, quando exercitamos a nossa paciência diante das mais ásperas
dificuldades, quando procuramos dar o exemplo, quando respeitamos a liberdade
alheia, quando fazemos todos os esforços para não nos omitirmos, estaremos nos
exercitando no amor ao próximo.
Amar
ao próximo como a si mesmo é um trabalho árduo que deve começar bem, pois caso
contrário o resultado é nulo. Muitas vezes implica num sacrifício total da
liberdade humana, coisa que nem sempre estamos dispostos a praticá-la.
Então
não desanime e tenha sempre consigo as três peneiras, para saber se o que
estiver dizendo ou fazendo será verdadeiro, bom e útil a você e aos demais
envolvidos.
Paz,
luz, amor e harmonia sempre!
Mãe
Andréa
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