Necessito de quê mesmo???
“Como podemos entender a atitude de certas
pessoas que (...) atribuem a espíritos ou feitiços todo o mal-estar que as
acomete?”
(...) são pessoas mais místicas, que tendem a
buscar a culpa pelo que sentem em um evento externo – seja em uma inteligência
ou um desencarnado, seja em um ato de magia que alguém faz contra ela – em vez
de assumir a responsabilidade tanto por seus atos quanto por suas derrotas,
seus problemas e dificuldades.
(...) trata-se de indivíduos com vasta
problemática emocional e psíquica que reclamam mais os cuidados de um bom
psicólogo ou psiquiatra, capaz de induzi-los a reflexão sobre a gênese e a
solução de suas dificuldades, e não de um médium ou espírito para pretensamente
resolver suas queixas.
Trechos do livro "Magos Negros"
Robson Pinheiro
– pelo espírito de Pai João de Aruanda
Não raro nos defrontamos com irmãos que se
postam diante das entidades astralizadas, com queixas de toda sorte, sejam
relacionamentos amorosos desfeitos, perseguições no trabalho, desemprego,
desarmonia no lar, excesso de dívidas, familiares usuários de álcool ou
entorpecentes, desavença com vizinhos e vários outros males que assolam a
sociedade contemporânea.
Afirmam categoricamente, estarem subjugados
pelos trabalhos de magia negra, feitiçaria ou em processo obsessivo.
Reflitamos sobre esses problemas, com o
objetivo de aprendermos a distinguir se decorrem de feitiço impetrado por seres
encarnados ou desencarnados que nos desejam prejudicar, ou se na realidade não
somos nós os reais algozes de nossas próprias amarguras.
Os relacionamentos, na maioria das vezes,
acabam por motivos diversos, mas principalmente porque um ou ambos parceiros,
já não se sentem felizes em companhia do outro, não compartilham mais os mesmos
propósitos, já não se enamoram mais, e percebem o quão doloroso será manter a
convivência com aquele outro ser. Aí vem o momento da culpa. Por que não deu certo?
Meu amor não é mais correspondido? Não sou mais feliz com ele(a). E antes de
procurar uma terapia de casais, uma conversa sincera ou a conciliação, logo
atribuímos a causa de nosso infortúnio aos invejosos, ex-amantes, e aos
espíritos feiticeiros, eximindo-nos de responsabilidade por nossas ações de
temperamentos conflitantes, de atitudes de intolerância e da falta de respeito
ao espaço daqueles com quem compartilhamos nossa vida.
Quando o assunto é a situação profissional ou
material, não conseguimos enxergar que outros colegas se destacam em suas
tarefas, pela dedicação e pelo esforço, sendo assim preferidos pelas chefias
para as promoções ou premiações. Se eu não demonstro competência e compromisso
com a empresa, certamente não serei reconhecido e não será possível efetivar
uma carreira sólida e meritosa. E a culpa continua sendo daquele colega que fez
uma macumba para impedir meu sucesso. Mais uma vez atribuímos a terceiros
nossas derrocadas pessoais, enquanto uma consulta com psicanalista no auxiliaria
a vislumbrar nossos sentimentos de egoísmo, ciúme e de sensação de posse sobre
outras criaturas.
Nos dirigimos aos gentis guias que nos destinam
seu precioso tempo para suplicar a abertura de nossos caminhos, para
conseguirmos o emprego que nos falta, porém negamos as diversas oportunidades
que surgem por não satisfazerem nosso desejo de ganho fácil e de enriquecimento
rápido. Tão pouco queremos aqueles patrões que nos cobram produtividade e
empenho. Novamente nos torna necessário o auxílio de profissionais que nos
ajudem a compreender a vaidade que nos inviabiliza o progresso.
É o mesmo que acontece quando detectamos os
impedimentos para honrar os compromissos financeiros assumidos, para nos
exibirmos dentro da moda, demonstrando um poder aquisitivo de que não somos
portadores, e que para manter as aparências, contraímos dívidas que ultrapassam
nossa capacidade de pagamentos, o que exacerba o nosso orgulho e nos
proporciona uma falsa sensação de poder. É a contínua manifestação de nosso
ego, superando a nossa razão e o comedimento dos gastos fúteis e
desnecessários. As nossas obrigações são intransferíveis. Precisamos conter
nossos impulsos consumistas e do auxílio de um consultor financeiro. Se não der
certo temos aquela receita do escorpião no bolso, para toda vez que enfiarmos
nossas mãos nele, avaliarmos se o gasto é devido e imprescindível a nossa
subsistência.
E ao adentrarmos nos problemas de uso de
substâncias tóxicas e do abuso do álcool, atribuímos nosso fracasso moral ao
convívio com pessoas de má índole, aos conflitos familiares, e a influência de
espíritos que acusamos de nos impelirem a tais desvios. Nos esquecemos do prazer
que nos proporcionam as “baladas”, onde também desfrutamos do sexo abusivo e da
perda de vitalidade ocasionada pela privação do sono, da falta de repouso e
descanso tão necessários ao nosso cérebro e ao nosso corpo, essa morada que o Pai
Criador nos emprestou e que Lhe devolvemos em estado de degradação irreparável,
quando na ocasião de nosso desenlace. Interessa-nos mais aproveitarmos a chance
de vivenciar nossa humanidade, nossas falhas de caráter e os impropérios de
experiências a que damos conotação especial para aproveitarmos, erroneamente,
nossa juventude. E nos eximimos de culpa ao anunciarmos que cuidaremos de tudo
quando estivermos velhos ou então pedimos socorro ao Centro Espírita ou de
Umbanda para descarregar as impurezas energéticas absorvidas nestes ambientes. Saímos
de lá leves e recarregados para novas investidas nesse mundo de perniciosidade
e luxúria.
Tais ponderações nos favorecem melhor
compreensão do papel das entidades que amorosamente deixam os planos superiores
para se dirigirem até nós, e que com paciência nos escutam nesses pífios
assuntos, destinando-nos seu precioso tempo,enquanto poderiam estar em tarefa
de auxílio aos irmãos mais necessitados do que nós, carentes de cura para suas
doenças, cada vez mais degenerativas, de orientação para seus males espirituais
e consolo para suas dores morais. Poderiam destinar seus esforços pela paz no
planeta, pela manutenção da vida e pela diminuição dos impactos da miséria
humana.
Sejamos pois seletivos em nossas atitudes e nos
utilizemos de forma mais conveniente das bênçãos que esses nobres espíritos
derramam sobre nós. Tenhamos consciência de que as mudanças devem ser
realizadas por cada um e não por outras pessoas, encarnadas ou desencarnadas. Não
serão velas, oferendas, passes que hão de regenerar nossos espíritos sem que
realizemos nossa parte na obra de Deus. A reforma íntima é o único caminho que
nos conduzirá a uma vida equilibrada do ponto de vista físico, material, moral
e espiritual, e que há de nos fazer avaliar do que necessitamos realmente.
Paz, luz, amor e humildade sempre!
Mãe Andréa
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Avisamos que qualquer comentário de conteúdo ofensivo aos nossos princípios éticos e religiosos não será publicado, bem como manifestações de correntes religiosas adversas à Umbanda.