Paramahansa Yogananda (5 de
janeiro de 1893 a 7 de março de 1952), foi um iogue e guru indiano.
É considerado um dos maiores emissários da antiga filosofia da Índia para o Ocidente.
Através da Self-Realization Fellowship (SRF) - organização que fundou
ao chegar aos Estados Unidos, foi pioneiro ao promover a prática da meditação
por meio das lições que os estudantes recebiam em casa, pelo correio, para
cumprir a sua missão mundial de difundir as técnicas de Kriya Yoga.
Paramahansa Yogananda teve sua singular história de vida imortalizada no best-seller "Autobiografia
de um Iogue". Abaixo, segue um importante trecho desta obra literária:
1 - AUTOPIEDADE: Autopiedade é
uma das maiores falhas na vida espiritual. Abrigar autopiedade significa estar
tão imerso no ego, que nossa atitude é sempre subjetiva; não podemos ser
objetivos acerca de nada. Se alguém faz uma sugestão, nós a tomamos como
uma crítica pessoal. Constantemente sentimos pena de nós mesmos. Ser
objetivo é pensar desta forma: qual é a melhor atitude em relação ao meu
trabalho, em meu relacionamento com os outros;acima de tudo, em meu relacionamento
com Deus..
Quando nos movemos na consciência
subjetiva, tornamo-nos extremamente sensíveis. Ninguém pode oferecer qualquer
crítica construtiva, porque estamos sempre na defensiva… Estar na defensiva é
um sinal de autopiedade. Treine a mente assim como o Yogananda nos ensinou,
para você se colocar de lado e analisar uma situação e a sua reação e seja
capaz de reconhecer como correto aquilo que foi dito sobre você, se esta for a
verdade.
Se você se sente triste, mal
humorado ou “em pedaços” porque alguém o criticou, você deveria compreender que
esta é uma de suas falhas. Deus testa cada um de nós no ponto em que
somos mais fracos, porque é aí que precisamos desenvolver força. Ele não
aparecerá das nuvens para dizer: “Agora, meu filho, estas são as coisas que
estão erradas em você”. Em vez disso, Ele traz para as nossas vidas
aquelas circunstâncias que nos dão uma oportunidade para superar nossas
fraquezas, para curar todas as feridas psicológicas em nossa consciência.
2 - AUTO-JUSTIFICAÇÃO: Uma
das feridas é autopiedade. E outra é auto-justificação, sempre explicando
nosso comportamento. Yogananda nunca permitia isso. Em vez de sempre se defender
e se explicar, pare e observe silenciosamente a situação. Se alguém lhe
diz que você fala mal dos outros ou sempre vê o lado negro das coisas, não
esteja muito ansioso para se justificar. Pare e introspecte. Talvez aquela
pessoa esteja certa.
É muito difícil encontrar Deus. O
caminho espiritual é como o fio de uma navalha. Você pode obter o mais precioso
tesouro do mundo sem fazer o Maximo sacrifício. A única forma pela qual podemos
alcançar este objetivo é desistindo de todas as falhas do caráter que nos
identificam tão intimamente com esta forma e este ego, e assim permanecem entre
nós e Deus. E para fazer isto, devemos deixar de lado a justificação.
3 - AUTO-IMPORTÂNCIA: Outro
defeito espiritual é a auto-importância: “Eu fiz isso, eu fiz aquilo, eu pensei
aquilo”. Não é importante se você recebe crédito ou não e o Yogananda costumava
lembrar-nos: “Muitas flores nascem para se encherem de cores às ocultas e
gastam sua doçura no deserto”.
Ele estava dizendo que realmente
não importa se as pessoas reconhecem ou não nossas ações. Buscar reconhecimento
humano é uma das maiores armadilhas no caminho para o sucesso espiritual.
Yogananda costumava dizer que alguém poderia progredir bastante no caminho mas
se ainda pudesse ser carregado nas asas da bajulação, que apela apenas ao
ego, poderia cair daquele estado elevado. O ego precisa ser superado. Nós
nos tornamos mais espirituais fazendo o que é certo, quer as pessoas nos dêem
crédito ou não. Você pode dizer “Bem, então eu perderia minha motivação para
trabalhar; eu quero ser apreciado!” Mas, eu estou convencida além de qualquer
dúvida, que a única apreciação real vem de dentro.
Muitas pessoas alcançaram grande
fama no mundo, mas terminaram suas vidas em suicídio. A adulação
que receberam tornou-se vazia para eles porque não tinham aquela satisfação
interior, mas se você sabe em seu coração que ganhou a graça de Deus, que O
está agradando, sua mente não será abalada nem por elogios nem por censura que
possam ser lançadas sobre você pelo mundo. Eu vi isto na vida de Yogananda. Ele
costumava ter um sorriso tão caro, doce e humilde em sua face sempre que alguém
o elogiava. E ele freqüentemente dizia: “Aquelas palavras me tocaram, mas eu as
deposito aos pés do Divino. Não procuro nada de ninguém, mas estou feliz, se de
alguma forma possa agradar meu Deus”. Ele permanecia sempre o mesmo, calmo, em
todas as circunstâncias. Era um ser verdadeiramente humilde.
4 - AUTO-CONDENAÇÃO: A
próxima armadilha é a auto-condenação. Muitos anos atrás havia aqui um devoto
que dedicava toda sua vida à auto-condenação. Estava sempre pensando e falando
sobre si mesmo: “Eu sou o último dos últimos, eu sou tão indigno, eu sou isso e
sou aquilo”, até que você chegava ao ponto que gostaria de dizer, “Você poderia
esquecer o “Eu”apenas por um instante? Pense de si mesmo como pó, se quiser,
mas não fale tanto sobre isto!” Portanto, não seja apressado em condenar-se. Todos
somos filhos de Deus, cada um comete erros, mas não acho que o Divino se
importe mesmo um pouco com eles. O importante é que queiramos ser melhores e
que tentemos ser melhores. Isto é tudo com que o Divino se importa. Ele quer
que Lhe digamos: “Senhor, eu posso tropeçar um milhão de vezes, mas eu
continuarei tentando até meu último suspiro”. Isto é tudo o que Deus quer de
nós – que humildemente sejamos capazes de dizer isto e de sentir isto,
interiormente. Não deveríamos condenar-nos porque não somos perfeitos e o
Yogananda costumava dizer: “Não importa quantos erros você faça, continue
tentando”.
5 - DESONESTIDADE: Desonestidade
é uma falha séria. É uma indicação exterior, de uma profunda desordem
psicológica interior. Você não pode ser desonesto e estar com sua mente em Deus. Pergunte-se
sempre, “estou sendo honesto, estou sendo sincero?” É impossível progredir com
seus dois pés em barcos diferentes, um levando para Deus e outro para longe
Dele. Esforce-se, portanto, para ser honesto sempre. Você pode perguntar, “Isto
significa que eu deveria falar sempre a verdade, mesmo se danosa para os
outros?” Yogananda costumava dizer-nos, “Se você vê um homem cego descendo a
rua e você está determinado a ser honesto e o chama “Ei homem cego, espere um
instante!” isto é cruel. Use discriminação para compreender o que significa
dizer a verdade. Um dos devotos, tentando praticar a honestidade, disse algo
indelicado sobre outro, e isto foi trazido ao Yogananda. Ele interrogou aquele
devoto, que disse: “Bem, eu fui argüido e pensei que deveria dar uma resposta
honesta”. Naturalmente, ele não tinha o direito de julgar outra pessoa, pois o
assunto não era de sua responsabilidade, e ele não conhecia todos os fatos.
Após explicar isto, o Yogananda deu uma ilustração para ajudá-lo a compreender
o princípio da honestidade espiritual. Ele disse: “Suponha que alguém está
sendo perseguido por um assassino com uma faca na mão. Você é um transeunte. O
assassino lhe pergunta em que direção foi o homem fugitivo, e você responde,
“ele subiu naquela árvore”. Você foi honesto, mas sua resposta causará grande
dano. Portanto, este tipo de veracidade não é certo. Teria sido melhor apontar
em outra direção ou permanecer quieto, do que fazer algo que traísse alguém ou
causasse dano. Temos que usar discriminação em como levar esta idéia de
honestidade. Tente primeiro e principalmente ser honesto interiormente com
Deus. Nunca pretenda, diante Dele, ser qualquer coisa senão o que você é,
porque Ele já lhe conhece. Mas tente estar em sintonia com o que Ele está
pensando sobre você. Você não precisa defender-se diante Dele, seja capaz de
dizer, “Senhor, eu fui impaciente; me descontrolei. Sei que é errado, porque
não estou em paz dentro de meu coração. Perdoa-me”. Se você é sincero,
sentir-se-á melhor. Por que? Porque você foi a Deus como a um pai, a uma mãe,
ou outro ser querido. Não se esconda de Deus ou de si mesmo porque quando você
o faz, isto constrói profundo sentimento de culpa por dentro, de forma que chega
o tempo em que você realmente não quer dirigir sua mente para dentro e olhar
para si mesmo, porque há muitas coisas lá que lhe parecem feias e não
atrativas, e você não as quer por perto. Quando isto acontece, as pessoas
necessitam de tratamento, porque perderam a habilidade de olhar objetivamente
para si mesmos.
O que a meditação faz é lhe dar a
compreensão correta acerca de Deus e de sua compaixão, e de seu relacionamento
com Ele, de forma que você pode gradualmente começar a puxar para fora todas
aquelas camadas de problemas psicológicas que o separam Dele. Através da
meditação pode chegar o tempo em que você olha para si mesmo honestamente, com
todas suas fraquezas e não sente nenhuma culpa ou medo de Deus.
6 - IMPACIÊNCIA: Impaciência é
outra falha de caráter. Todos podemos ser impacientes, às vezes, especialmente
quando nos sentimos sob grande pressão. Isto é uma reação humana normal. Mas
esta característica pode tornar-se um real impedimento para o bom
relacionamento com os outros e, para o progresso espiritual. Se ela atua desta
forma, então sabemos que precisamos fazer um esforço bem vigoroso para superar
esta fraqueza. Um indivíduo que não sabe como exercitar paciência, não
permanecerá firme em sua busca de Deus.
Precisamos ter a determinação
divina expressa no canto de Gurudeva que diz: “No vale da tristeza, mil anos ou
até amanha, eu esperarei para ver a Ti, a Ti – apenas a Ti”. Isto é paciência.
Se você pode dizer-Lhe: “Não importa, meu Deus, se Tu vens a mim agora ou daqui
a anos, eu continuarei procurando por Ti da mesma forma”. Você pode estar certo
de que sua amorosa e paciente determinação atrairá Deus. Mas se você faz como
certos devotos, “Eu me darei 20 anos para encontrar Deus; mas, se até lá não
for bem sucedido, desistirei”, você já terá determinado seu fracasso. Deus não
virá com imposições. Ele virá a nós quando estivermos prontos. Acima de tudo,
quando estivermos prontos.
Se colocarmos qualquer limite de
tempo ou outra condição em nossa busca, não há esperança de que Ele responda.
Portanto, paciência deve ser exercitada na vida, e especialmente no caminho
espiritual – absolutamente essencial para o sucesso espiritual. Yogadanda
ensinou paciência fazendo-nos exercitá-la. Certa vez ele deixou a mim e outro
devoto esperando por várias horas em “Golden Gate Bridge”, São Francisco.
Quando não podíamos mais permanecer de pé, decidimos que não nos importaríamos
com que as pessoas pudessem pensar, e nos sentamos no meio fio da ponte. O
vento tornou-se amargamente frio antes que o Yogananda e o motorista voltassem
de carro para apanhar-nos. Ocorreu-me a idéia de que eu estava ficando azul e
poderia morrer do frio. Mas, não me permiti levantar ou mostrar irritação. E
quando ele levou meu irmão Dick e eu à “Feira Mundial de Chicago”, em 1933, ele
saiu com meu irmão e disse-me para esperar. Passaram-se quatro horas antes que
eles voltassem. Ele me tinha dito: “Não fique vagueando” de forma que não vi
nada da Feira, exceto o prédio onde eu estava esperando, que casualmente era o
prédio da “Ford Motors” não muito interessante para mim. Alguém poderia
criticar tal treinamento e dizer que era irrazoável. Penso que a maioria das
pessoas teria se tornado impaciente e irritada de ter viajado mais de mil
milhas para visitar uma Feira Mundial e apenas passar o seu tempo, sentada,
esperando.
Devotos que tinham tal atitude e
falta de compreensão espiritual não permaneciam por muito tempo em torno de
Yogananda. Ele nos deu este tipo de disciplina porque para ele era mais
importante que desenvolvêssemos as qualidades necessárias para a
espiritualidade, do que estivéssemos sempre confortáveis ou que nossos desejos
menores fossem satisfeitos. Mesmo como uma jovem discípula eu tinha a noção de
que cada experiência vinha para ensinar-me algo, ou para ajudar-me a superar
alguma limitação física ou mental. Sou profundamente grata por tudo no
treinamento de Yogananda, pois sem este treinamento eu não conheceria a
realização interior, força, amor, e alegria que abençoam minha vida agora.
7 - ÓDIO: O ódio é um traço
de caráter perigosamente corrosivo. É impossível sentir-se harmonizado com Deus
se há ódio no coração. O ódio é uma das forças mais poderosas do mundo; apenas
uma é maior, a força do amor. Quando o coração está sintonizado com o ódio,
esta emoção negativa corrói a essência da vida espiritual. Não penso que
qualquer de vocês abrigue ódio no coração. Mas se você constantemente sente
ódio em direção a qualquer indivíduo, tenha por certo que este ódio destruirá
completamente sua vida espiritual. Tão sério isto é, é um dos maiores testes da
natureza humana. Jesus poderia ter reagido com ódio intenso quando seu corpo
estava sendo destruído por seus inimigos. Mas Ele não o fez. Exercitou a
grandeza de coração, compaixão e amor divino que são sua real natureza, e são
nossa real natureza. Ele elevou-se acima da vibração má e destrutiva do ódio,
através da qual todo devoto na via espiritual, é alguma vez testado. Portanto,
se você constantemente odeia alguém, não importa quão justificado você se
sinta, saiba que será atormentado interiormente até que supere este ódio. O
ódio não deve jamais ser guardado por qualquer ser humano que busque Deus.
Ninguém cujo coração seja um canal para esta vibração maligna pode conhecer
Deus.
8 - RESSENTIMENTO: O
ressentimento é primo do ódio. É uma reação humana natural quando sentimos que
fomos ofendidos ou tratados injustamente; assim como quando alguma coisa que
dissemos volta à nós distorcida, ou quando alguém diz algo a nosso respeito que
acreditamos não ser verdadeiro. No momento em que você se permite afligir com
ressentimento, neste instante você perde a consciência de Deus. Você deve
eliminá-lo de sua consciência. Tão freqüentemente quanto ele entrar, lance-o
fora.
9 - FALSO ORGULHO: O falso
orgulho é também um perigo. Ele vem do fato de darmos muita importância às
nossas realizações, esquecendo que Deus é quem faz, e que apenas Ele merece
crédito por qualquer sucesso que possamos obter. O ditado “O orgulho vem antes
da queda” é muito, muito verdadeiro. No momento em que você der lugar a um
falso orgulho, você está destinado a uma queda.
10 - CIÚME: O ciúme é o
resultado de um profundo senso de insegurança. Quando sentimos sintonia com
Deus, não encontramos mais qualquer razão para ciúmes. Estamos satisfeitos com
o que é nosso porque reconhecemos que o que é nosso vem Dele. Não queremos nada
que alguma outra pessoa tenha, porque estamos satisfeitos; não precisamos de
nada mais. O ciúme é comum entre os seres mortais, mas não pode permanecer nos
corações daqueles que estão buscando Deus.
Yogananda deu uma ilustração
relativa ao ciúme, que jamais esqueci. Ele disse a alguns dos devotos, anos
atrás, “Aqui está minha mão com mais cinco dedos. Este dedo não pode tomar o
lugar daquele dedo. Eu preciso de todos eles para fazer o meu trabalho. Cada um
de vocês tem seu lugar certo no meu coração, e no amor de Deus”. E cada um
descobrirá seu lugar certo, dentro da família ou na comunidade, se der o melhor
de si. Portanto, não há justificativa para o ciúme.
11 - INVEJA: Outro defeito
espiritual é a inveja. Como parte de nosso treinamento Yogananda algumas vezes
deliberadamente dava alguma coisa para um discípulo e ignorava os demais. Uma
vez que compreendíamos o Yogananda, enxergávamos porque ele assim fazia para
trazer à tona qualquer tendência em relação á inveja, de forma que pudesse ser
reconhecida e removida. Eu lhes darei um exemplo. Através dos anos ele
costumava dar pequenos presentes para nós, discípulos, na época de Natal, mas
ele sempre dava o menor para mim. Na primeira vez, eu queria saber por que.
Pensei, “Bem, talvez ele realmente não goste tanto de mim, quanto dos outros
devotos”. Então fiquei muito envergonhada deste pensamento, compreendendo que
era uma desonra pensar dessa forma. É humano, mas eu não gostava de ver esta pequenez
em mim, nem em ninguém mais. Então eu analisei o fato: “Você realmente se
importa? Você nunca quis coisas materiais. É por isso que ele não as está
dando, elas não são algo que você queira. A única coisa que você quer é que ele
cuide de você. E ele não precisa demonstrar isso dando-lhe presentes especiais
de Natal”. Então aprendi o que é superar a inveja. Desde então não me permito
sentir esta emoção. Além disso, não quero pessoas em torno de mim que sejam
egocêntricas. Yogananda era absolutamente intolerante quanto à ciúme e inveja;
ele não permitiria estas tendências em discípulos que desejassem estar junto
dele. Ele costumava dizer: “Mantenha olhos em seu próprio prato, e não se
preocupe com o que está no prato do outro. Você pode ter apenas o que é seu, e
isto certamente virá à você”. Isto foi uma grande lição para mim.
Com isto aprendi que realmente
não importava qual era o relacionamento de Yogananda com qualquer dos outros
discípulos. O que importava era se eu estava aprofundando meu próprio relacionamento
com Deus.. E não importa em sua vida espiritual qual é o relacionamento de
Yogananda comigo ou com qualquer outro discípulo. O que importa para vocês é:
“Qual é meu próprio relacionamento com Deus?” Nisto é que você deve se
concentrar. Nunca se permita estar interessado no que é dado a algum outro.
Aquilo que vem a você de Deus, é seu. Nada pode vir a você, exceto o que é seu,
e nada que seja seu por direito, pode lhe ser negado. Esta é uma lei divina.
Do livro: "Autobiografia de
Um Yogue" – de Paramahansa Yogananda
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