segunda-feira, 27 de junho de 2011

BAÚ DA MÃE: QUANDO E PORQUE OCORRE A INTERRUPÇÃO DA MEDIUNIDADE

Durante os anos de existência da TUEDLUZ, muitos foram os irmãos e irmãs que passaram por aqui com a intenção de se educarem mediunicamente. Muitos outros, se sabe, passarão. Não importa o número. Importa mesmo é que sejam conduzidos com amor, responsabilidade e honestidade no cumprimento de suas tarefas perante Deus, Jesus, os Orixás, Guias e Mentores Espirituais.

Não é o simples fato de portar um uniforme branco que nos torna médium. Muito se tem a aprender através do desenvolvimento, ou seja, da educação mediúnica. Quer seja na prática, quer seja na teoria, lendo obras da liturgia Espírita e Umbandista. Para começar, o mais importante é habituar-se à leitura do Evangelho Segundo o Espiritismo, onde estão registradas as sábias palavras de Jesus Cristo, alicerce de todo aquele que tem interesse em servir a Ele e ao seu semelhante. Um médium não se educa de um dia para o outro. Anos são necessários para um aprendizado sério, responsável e, sobretudo, consciente do sacrifício e da vontade de se conduzir dentro da espiritualidade, prestando a caridade nas suas diversas modalidades.

Muitas são as barreiras que impedem um médium de trilhar a sua caminhada. Ora, são os impecílios familiares onde o berço é de outro seguimento religioso. Ora, são impedidos por motivos profissionais, estudantis, ou ainda pela necessidade do cumprimento de deveres sociais. Outros embarcam na tese de que a diversão vem SEMPRE primeiro, para depois, haver espaço para a vida espiritual. Mas existem motivos que são imperiosos, como a seguir:

  1. Quando a saúde do médium encontra-se seriamente debilitada;
  2. Quando o médium é mulher e se apresenta em estado de gravidez, e se sua mediunidade for de efeitos físicos;
  3. Quando o médium, por questões profissionais, não se vê em condições de fixar residência na cidade;
  4. Quando as responsabilidades do lar não lhe permitam dedicar tempo necessário ao exercício da mediunidade;
  5. Quando o médium abusa de suas faculdades, mercadejando os seus próprios dons;
  6. Quando o médium é muito jovem para abraçar um dever de tamanha envergadura;
  7. Quando o médium voluntariamente se afasta do dever mediúnico e, depois de permanecer inativo durante longo tempo, deseje retomá-lo sem a humildade do recomeço;
  8. Quando o médium, por descaso, não valoriza o “talento” mediúnico que recebeu de Deus, faltando às reuniões das quais deveria participar;
  9. Quando o médium é desequilibrado e se torna uma presa fácil para os Espíritos obsessores;
  10. Quando é ele próprio que solicita à Espiritualidade a canalização de seus recursos mediúnicos para outras tarefas de ordem espiritual;
  11. Quando o médium é interesseiro, e visa tão somente obter favores dos Espíritos.

É importante frisar que os médiuns necessitam ter a humildade do servir, a responsabilidade de cumprir seus deveres mediúnicos, a obrigatoriedade de promover a sua reforma íntima. Estudar sempre, uma vez que aquele que estuda a doutrina se torna menos acessível aos Espíritos mistificadores. Além do esclarecimento próprio, o estudo atrai a presença de Espíritos benfazejos, que podem se tornar nossos Guias e Mentores de Luz Celestial.

Tem-se conhecimento de que muitos pais ou mães-de-santo não permitem que os médiuns se eduquem através de obras sérias, com receio de que os discípulos se tornem mais conhecedores do que o sacerdote. Conseqüentemente, são irmãos que também não possuem o conhecimento necessário para conduzir seu rebanho. Temem o questionamento doutrinário à luz do bom senso, e, por isso, conduzem seus médiuns à prática exclusiva da incorporação, sem conhecimento de causa. Isso pode, inclusive, induzir uma pessoa que não possua dom mediúnico ao autossugestionamento, praticado por desconhecimento, mistificação e/ou animismo.

Mediunidade não é passatempo. É uma responsabilidade imensa que seve ser levada a sério, e não com brincadeira. Aquele que realmente deseja servir, não se melindra tão facilmente, porque sabe que em todos os seguimentos de nossa vida terrena, temos provações que surgem a fim de sermos testados quando ao real interesse de seguir a caminhada mediúnica. A pessoa que é escolhida para ser médium não deve se esquecer que Deus nos dá a faculdade mediúnica de graça, e por esta razão, de graça devemos exercitá-la, para merecermos então o direito de ser uma ovelha no rebanho celestial.


Mãe Tina
(artigo originalmente publicado no Periódico Buscando Luz Nº 18 – edição de junho de 1998).

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