segunda-feira, 1 de agosto de 2011

BAÚ DA MÃE: SER MÉDIUM


Reflitamos sobre o médium.

Retornando à Terra com o sexto sentido em afloração, ainda não disciplinado, traz todos os problemas individuais de uma alma em luta consigo mesma. Não é mais e nem menos endividado que as demais criaturas em trânsito educativo pela escola terrestre.

Não é mais e nem menos privilegiado por trazer uma faculdade que se tornará comum, gradativamente, a todos nós encarnados. Sua mediunidade, porém, é convite a serviço.

A sua fé incipiente, contudo, não lhe dá a firmeza de ânimo indispensável aos grandes empreendimentos espirituais à face de nossa Humanidade. Sente-se, por isso, repleto de dúvidas e hesitações, enquanto só muito lentamente a sua confiança no Alto se solidifica. A sua coragem ainda é criança, e ao mesmo pode se instalar em seu íntimo, e ele, temeroso, poderia abandonar o campo autoeducativo, mal informado e temendo represálias, por desconhecer o mecanismo do intermédio.

De experiência diminuta, poderia entregar-se afoito às influenciações inferiores, e dispensar os estudos em torno de sua nova faculdade, confiando em guias e mentores o desinteresse intrigado por pedinchões inveterados. Poderá deixar-se conduzir ao magismo vulgar e ao sortilégio barato, consorciando-se com irmãos compromissados com organizações anticristãs das zonas umbralinas. Sua faculdade, então, aflorará adoecida pelos miasmos mentais e servirá apenas, como instrumento de adormecimento do senso moral de seus companheiros encarnados que se encontram chumbados a problemas comezinhos do cotidiano, despreocupados da Vida Eterna.

Acutilado por mentes angustiadas, poderá ser antena a registrar as ondas que evocam desequilibradamente familiares desencarnados ou entidades de poderes aparentemente miraculosos para amenizar a existência do suplicante, desvendando-lhe o futuro ou prometendo-lhe solucionar questões intricadas e forrá-lo de surpresas desagradáveis no campo das finanças. Doentes cerca-lo-ão com suas formas/pagamentos de disfunção orgânica, exigindo o restabelecimento de males que teimam em alimentar em si mesmos, num capricho de demência velada. Outros, inconformados, exigirão miraculosas intervenções ou receituário infalível.

Não. Ser médium, é ser intermediário de Mensageiros Divinos que, trarão apenas mensagens suaves e de inenarrável ternura e beleza, bem como advertências e avisos que poderão amenizar sofrimentos e alertar para a vida em Cristo Jesus. É sabido por todos nós que existem médiuns gananciosos que fazem uso de sua faculdade para o ganho fácil. Estes, saibam todos, são pessoas que não tiveram a educação mediúnica para lidar com os Espíritos de Luz, se escravizando com aqueles inferiores.

Mediunidade não é sinal de santificação e também não é estigma de pecados irremissíveis. É tão e unicamente um meio de comunicação com os Espíritos Elevados entre dois planos: o visível e o invisível. Para isto, os dirigentes que buscam manter a Lei de Deus e seus ensinamentos, adotam a educação mediúnica, buscando orientar seus seguidores com amor, dedicação e respeito. Sejamos todos médiuns cientes de que estamos sendo vigiados para que o exercício da nossa faculdade seja pura, alva e correta.

Mãe Tina
(artigo originalmente publicado no Periódico Buscando Luz Nº 35 – edição de dezembro de 1999).

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