segunda-feira, 29 de agosto de 2011

BAÚ DA MÃE

MEDIUNIDADE x MÉDIUM
Ter ou não ter, ser ou não ser. Eis a questão.

Mediunidade é um dom que Deus concede ao homem, de forma seletiva e karmânica (e não como uma faculdade concedida a todos os seres, como querem acreditar alguns), a fim de que Espíritos benfazejos possam tonificar a transmissão do Evangelho Cristão em cultos que acolhem a manifestação mediúnica como instrumento doutrinário. É coisa sacra, que seve ser praticada religiosamente, e exige do médium um trino compromisso – físico, moral e espiritual. É uma delicada flor que, para desabrochar, necessita de cuidados e preparos, para que a sua prática em nome de Deus e de Jesus seja um traço de luz perene, entre as lutas e vitórias de nossa vida terrena. É uma bênção de Deus, quando colocada a serviço da caridade; é oportunidade para resgatar débitos passados, mediante a correção de nossas próprias deficiências perante a luz divina.


Em todos os tempos, o médium tem sido o mensageiro dos Espíritos, intermediário entre uma forma de vida e outra, entre um mundo e outro. Ser médium é algo sublime.  É preciso ser responsável, dedicado, honesto, sincero e humilde. Mediunidade implica em sacrifício, renúncia, mas não conduz ao fanatismo. Óbices sempre aparecem, e mesmo aqueles que são tramados pelo Astral Inferior constituem valiosos desafios para que o médium incremente seu karma positivo, e supere ímpetos de desânimo, medo ou covardia perante a atividade mediúnica.

Quando praticada em observância aos preceitos cristãos, a mediunidade age como poderosa alavanca para a maturação de nossa na fé em Deus. Mas, para ser verdadeiramente um médium, é necessário que tenhamos apreço pelo estudo e pela correição de atitudes. Mentores Espirituais não “baixam” à revelia de nossa condição moral. Não “limpam” nossos graves desvios de conduta, como se fôssemos meros fantoches. Para sermos mensageiros de prepostos do Cristo, temos que zelar pela nossa própria cristandade.

A mediunidade não é interrompida pelo homem, a não ser pela sua própria conduta moral. Em muitos casos, é suspendida quando canalizada para fins mercantilistas. Quando um médium se entrega aos caprichos de seu ego, e passa a ver seu dom mediúnico como forma de ganhar dinheiro fácil, atendendo aos desejos escusos daqueles que o procuram, somente dois destinos o acolhem: ou serve como medianeiro de espíritos malévolos, ou simplesmente finge estar trabalhando mediunicamente, dado o afastamento de seus antigos Mentores Espirituais de iluminada condição.

Ao médium não é dado o “poder” de dosar ou dar por encerrado o cumprimento de sua missão. Aliás, inúmeros casos demonstram que nossas tarefas mediúnicas cessam no momento que também chegamos ao fim de nossa existência terrena. Portanto, irmão de fé, tenham em mente esta assertiva: Não se iluda com a “aposentadoria” de seu dom mediúnico. Ela não ocorrerá!

O médium não deve encarar o seu dom como castigo. Se assim proceder, é melhor até que abdique de praticá-lo, pois tarefa mediúnica realizada de mal grado nos conduz a gravosos desconfortos e desvarios. Só não podemos nos esquecer da responsabilidade que assumiremos quando, no desencarne, restar constatado que suprimimos o exercício da mediunidade em nossa existência, deixando de ajudar, instruir e consolar irmãos necessitados. Muitos comentam sobre o “desenvolvimento mediúnico”. Posso dizer que a melhor receita para esse desenvolvimento reside na prática de frases simples: amar para ser amado, fazer o bem sem dizer a quem, não esperar agradecimentos, muito menos pagamentos, não se melindrar por migalhas e não pensar, em hipótese alguma, que a sua parcela de contribuição na vida espiritual é somente mediúnica, se esquecendo de participar de outras tarefas em sua Casa de Oração.

Lute para crescer na rotina de sua própria consciência espiritual, sempre erigindo atos que o dignifiquem como médium!

Mãe Tina
(artigo originalmente publicado no Periódico Buscando Luz Nº 26 – edição de fevereiro de 1999).

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