quinta-feira, 25 de agosto de 2011


ORIXÁ, QUEM ÉS?
 
EIS que mandei dar um Grito de Alerta a todos os Filhos da Lei; eis que mandei “pedaços” do GRANDE VEU serem rasgados... Eis que ordenei a toda BANDA despertar seus filhos diletos... Eis ainda, de YOXANAN, escolhidos estão... Eis que agora, dou um segundo BRADO. TREMEI, tremei e sacudi os “cascões” que vos cobrem o “Ego”. RASGAI as máscaras da vaidade que vos cegam, ofuscando a “visão” interior.

AFASTAI-VOS do “nevoeiro” que “faz morada” nos lugares onde seu NOME é usado envolto num manto escuro, onde placas de lama o tronam tão negro, que os olhos dos bons, dos sinceros na Fé, ficam obscurecidos, por tantas “chamadas”, que não mais conseguem divisar a cor LIRIAL do SEU VERDADEIRO MANTO existente em sua FLOR, “que não fia e não tece”...

Assim, mais uma vez, na inspiração de algo que está em mim e NÃO é meu, escutei aquela mesma “Voz” que não estava súplice... mas, vibrante, como se os clangôres de mil Trombetas paralisassem tudo o que era “vida”; e nesse momento, um pobre “eu”, esfacelado, beijando o “pó do plano terra”, ainda teve forças para interrogar: ORIXÁ, QUEM ÉS?

Tornei a ouvir; Eu não o SOU... SOU aquêle que a SENHORA DA LUZ VELADA, essa UMBANDA de todos nós, mandou, ordenando RELIGAR as diferentes concepções a uma só mística, em tua “única causa”, e posso SER também qualquer Espírito, guia ou protetor, que, por merecimento, afinidade e conhecimento, no imperativo do KARMA, é chamado a colocar-se sob as VIBRAÇÕES ORIGINAIS de uma Entidade Superior, que assim me ordena e capacita como “ORIXÁ”, ainda em Missão, através do mediunismo, inerente ao Plano da Lei de Umbanda, e, ainda, de acordo com minhas aptidões e inclinações, tomar a “forma” que dentro do meu Grau, seja ordenado usar.

EIS ENTÃO, na linguagem fria dos números que “FALAM, REVELAM e NÃO MENTEM”, as provas que vão “pesar” nos vossos evolutivos.

Comecemos pelo 1 de UMA LINHA, que fixa as vibrações em mais 7. Desdobremos Esses, 7 vezes mais 7, encontramo-los “vivendo” em mais 49 coordenadas; somemos estes 3 totais e a soma, 57, multipliquemo-la por 7 e verificamos que sua “expansão” gerou um TOTAL de 399 “ORIXÁS”, componentes da dita LINHA; “centralizemos” esse total, em seu significado, no DIVINO. A soma dos números 3, 9, 9, é igual a 21, que dividida ainda pelo 3, gera um 7, ou por este, gera um 3, isto é, as LINHAS, as LEGIÕES e as FALANGES, OU, o primeiro 3 que se compondo de 3 partes, forma UM TRIÂNGULO; o segundo número 9, que é composto de 3 partes 3 vezes, forma TRÊS TRIÂNGULOS; e o terceiro número 9, é igual a mais TRÊS TRIÂNGULOS que, somados, DÃO SETE TRIÂNGULOS das SETE VIBRAÇÕES ORIGINAIS, que, se “condensando” em seus PONTOS INICIAIS, “formam-se” em CÍRCULOS, que SÃO AS SETE ESFERAS, girantes em torno de UM.

Este total de UMA LINHA em expansão de SETE, gerou o TOTAL DA LEI e SUAS LINHAS, com 2.793 ORIXÁS. A soma de cada um destes dois números TOTAIS, gera UM só, o 21, que se divide em SETE, TRÊS, e este, no UM ORIGINAL, pois somente os 7 Orixás PRINCIPAIS de cada Linha, são não-incorporantes, mas, excepcionalmente, conferem suas vibrações diretas sobre um aparelho. Observem ainda, que todos os números Primos que traduzem “força” entraram nesta “operação” inclusive o 5 primeiro de uma soma...

Ainda poderia dar-vos mais SEIS CHAVES PELO CÍRCULO INICIAL do TRIÂNGULO em “expansão e centralização” da UNIDADE A TOTALIDADE, provando que os “ORIXÁSDE UMBANDA, “sabem, falam e revelam”... e este “pequenino “eu”, na ânsia incontida de um raciocínio subjugado a um “limite mental”, na sede devoradora de um saber, cambaleante chegou aos “pés” daquele que traz nas “costas” o peso da experiência acumulada através das idades e disse: Pai- preto, fala diz como fazê-los “entender” o que NÃO está arraigado neles, pois, parece-me estou só... e os seus “espinhos” dilaceram tanto... porque escolhido fui entre AQUELES que vão INICIAR?...

Pai-preto, manso, tão suave como o cântico que fala de uma saudade...falou:

- Dize aquilo que É, SERÁ e sempre FOI, Que importa se inúmeros não aceitam? Muitos, entre esses, surgirão que, compreendendo, ajudarão, afirmando hoje e talvez por amanhãs sem fim, a LEI conforme tem que SER. As Entidades Siderais que irradiam suas vibrações dos diferentes Planos até chegar ao circunscrito ao Planeta Terra, ESCOLHEM Espíritos, - guias ou protetores – que, envolvidos e ordenados por essas FÔRÇAS ORIGINAIS, ficam assim qualificados como trabalhadores da Grande Lei de Umbanda, os quais são elevados a uma CHEFIA que seu evoluir lhes confere.

Certas palavras são usadas e transmitidas ao mediúnico dos nossos irmãos cativos na matéria que, desconhecendo ou “esquecendo” seu verdadeiro significado, por NÓS são lembrados, quando em Missão assistimos a qualquer povo de acordo com as concepções imperantes em seus componentes na Época.

E nunca oriundas de raças primitivas, que fundiram superstição e fetichismo no atavismo, dando-lhe o valor que seus “entendimentos” podiam aquilatar, porque as vibrações, nos seus efeitos das Leis da Natureza, QUER pela arte de seus “Elementos Astrais”, QUER pela influência dos mesmos em seus psiquismos, FOI-LHES INTUÍDO OU ENSINADO QUE ERAM, de acordo com os fenômenos dos quais eles tinham VAGOS conhecimentos, FORÇAS enviadas, de UM ASTRO, que, nos prazos conhecidos, também se repetiam. Como não é um só planeta que faz sentir sua influência na Terra, essas ditas MANIFESTAÇÕES DE CADA UM, pensavam partirem também dos “ORIXÁS”, benéficos ou maléficos e apelavam nos seus “trabalhos” de invocações, a proteção DAQUELE que desejavam ou temiam no momento, e, assim, imploravam a UM ORIXALÁ que mandasse favorecê-los ou perdoá-los “por seus Orixás”.

Particularmente ao SOL, acreditavam ser o maior, e por onde um poder superior que eles não definiam bem, OLHAVA diretamente para TUDO!

Para isso, por ANALOGIA, podeis aferir, nas multidões atuais, o pouco que melhoraram quanto ao “sentido exato” dessas mesmas palavras, inclusive os Livros que ainda as traduzem pelas concepções daqueles tempos...

E, na quietude final de uma madrugada, os galos anunciavam o dia, parecendo nos seus cantares dizer: ORI-XÁ, ORIXA-LÁ... como se com isso, dissessem: LUZ DONA DO CÉU, vem che-gan-do...


W. W. da Matta e Silva (Mestre Yapacani)
[originalmente publicada no livro Umbanda de Todos Nós, 2ª edição (1960) - Livraria Freitas Bastos].

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